Dedicado

Ruído

Ruídos

As vezes ouço vozes "não faças"
ruídos venenosos batem nas orelhas
são os agouros simpáticos das desgraças
os pastores assumidos das ovelhas
os abutres eruditos da nossa praça.

eu faço

cago para os senhores doutores
para as vozes sangrentas destes críticos
prontos no sorriso a espetar o punhal
serei sempre eu e sem pudores
a fazer nem que seja aos gritos

mais alto que as ameaças dos olhares
ignorando o ruído de  quem diz mal.

Mudanças do tempo

Cresci aprendendo, errando

Acertando arestas, corrigindo

Enchi o coração de esperanças

Sem mentir, tudo é feito de mudanças

Agindo com o sentido do coração

Acreditando no sentimento mais puro

Que pura ilusão, alimentou o meu coração

Sem noção do perigo, que ao meu redor girou

Continuei sem perceber, na minha exaustão

O que estava a acontecer, isolei-me do mundo

Não queria sofrer, mas no fundo do meu ser

Consegui me erguer, refletindo as minhas acções

Procurando prudência, que sempre me fez ver

nao me esquecerei

Não me esquecerei de ti....

Perdemos-nos na batalha da vida
vivemos em silencio os entes que partem
nesta viagem calada somente de ida
somos restos dos pedaços que ficam

lembramo-nos de nós e de todos os outros
somos muito um rasto de cada um
recortamos nas cinzas sonhos aos poucos
e aos poucos nao somos nenhum

As vezes sentamos e choramos por eles
outras tentamos ser o que nao fomos
fragilidade cá dentro da alma que doi
comemos os restos da vida que somos

Pages