Desilusão

Derrota

Derrota

 

Diz-me de que me vale este punhado de vitórias,

Se és a minha maior dor.

Se te perdi,

Se me perdi.

Para não mais me encontrar,

Para nada mais encontrar.

Para me apagar. Devagar.

Muito devagar...

Até não mais existir,

Não mais sorrir,

Não mais sofrer.

E desaparecer.

Desaparecer...

PERDIDA

PERDIDA

 

Olho o negro inverno, da minha janela

A natureza pálida, triste, húmida e fria

Árvores despidas de troncos espessos

Caem lágrimas dos meus olhos

Neste nefasto dia chuvoso

Murmuro palavras ao vento

 

Sinto presos nos dedos

Todos os meus medos

 

Sinto a alma nua e tudo a doer por dentro

O coração apertado

Neste tédio que me devora os sentidos

Sinto-me morrer

Nesta saudade de tudo e de nada

O cigarro é o meu vício, o meu ópio

 

Tristeza e Inverdade

Tristeza e inverdade

Leva embora a alegria

Pois nas tramas da cidade

Sobrevive a hipocrisia

 

Não existe a felicidade

Neste tempo de incerteza

Pois quem olha com clareza

Não enxerga mais beleza

Em tamanha crueldade

 

Não há mais com o que sonhar

Só me resta então o amor

Que me faz acreditar

Que somente pela dor

Se constrói a liberdade

SEM RUMO

SEM RUMO

 

De olhos presos na noite

Deixando as minhas pegadas

Caminho sobre a terra nua

Neste chão íngreme e cansado

 

Vestida de nostalgias

Diante de um céu sem lua

Perdida nas asas de uma gaivota

Sem destino ou direcção

 

O tempo perdeu-se

Na memória martelam ecos do passado

No peito uma dor que me dilacera a alma

 

No brilho dos meus olhos desfocados

Em soluços entrecortados

Encostada à janela da solidão

Aprisionada a um cálice de dor

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