NO CEMITÉRIO, O ÉBRIO
Autor: ALEXANDRE CAMPANHOLA on Sunday, 4 August 2013Eu canto a vida, amo minha pouca saúde
No limite supremo de minha embriaguez.
Machuco as cordas do meu alaúde...
Aqui sou companheiro e a vida não tem vez.
Sinto as brumas da madrugada em minha tez,
O vento frio rumoreja no escuro céu.
Vejo na lousa o nome de um prisco francês,
E está feliz da vida, também, já morreu.
Não me espanto com uma árvore neste breu,
Mesmo que seja pavorosa e apodrecida,
Nem com o aroma – perfume de quem jazeu –
Tampouco com sua imagem: falta de vida.