Lembrança que me acanha
Saudades de quem se foi
Nem em sonhos quer vir
Minha alma pede barganha
Não posso nem tenho querer
Porque está escrito
Algo mais poderoso
Me abraça,acalma, no meu adormecer
Nereide
Numa vida de relento
Aquele rebento brotou,
Cresceu o alento...
E o amor chegou.
Abriu as suas cores,
As pétalas contidas
E entregou-se sem pudores
Às visões sentidas.
Um dia viste uma flor,
Por ti foi colhida...
Não importa, meu amor,
Sei que fui a escolhida.
Hoje, no presente,
Aquele rebento cresce,
É a nossa semente,
Onde o amor prevalece.
Rebelião no céu
São tantos Deuses
Mas quantos? são “Deus”.
Um contra tempo
Um desentendimento
Rebelião.
Mas o poder é divino.
Mas teve luta
Revolta
Opinião.
Destruição
Sangue
Fogo e dor.
E fazer de uma opinião
A sua opção
Sentindo o ardo
Da perseguição
Cair no buraco fervente
Com dor de trincar os dentes
Mas conhecer um lugar diferente
Com ar puro
E suave.
Dois à frente, três à trás
Pó areia, à levantar
Os olhos à empanar
Mil pensamentos fugás
Qão difícil caminhar
Querendo abraçar a amplitude
Sentimentos,coragem,atitude
Desejo do mundo abraçar
Mas... caminho contra o vento!
Nereide
Mar meu, mar em mim
Seu cantar me chama
Sua beleza clama
Um mistério sem fim
Mar que mareia
Meneia como acalanto
Quero adormecer nesse canto
Canto que chama, canto de sereia
Mar meu, mar de Nereide
Mergulhar em águas claras
Azuis ou verdes,mas não paras
Eu paro! e caio presa à tua rede
Nereide
Não me faltam os sonhos
Nem o querer da juventude
Nos lábios que aflora o amor
Mas me falta o andar
Andarilho não sou
Sou apenas um sonhador!
Nereide
PREFÁCIO
Pode um desejo imenso
arder no peito tanto
que à branda e à viva alma o fogo intenso
lhe gaste as nódoas do terreno manto,
e purifique em tanta alteza o espírito
com olhos imortais
que faz com que leia mais do que vê escrito.
(Luís de Camões)
Num último retiro
Longe da realidade
Absorvo o suspiro
Envolto na liberdade.
Num último pensamento
Antónimo do presente
Preencho de alento
As lacunas da minha mente.
Num último adeus
Repleto de desejo
Os meus lábios são teus,
Querem o teu beijo.
Num último olhar
Para a nossa loucura...
Resta recordar,
O fim é a cura.
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Desenhei-te minha!
