Geral

Suspiro

Suspiro

 

E que a dor que nos uniu, perdure.

Pois se matou, mantém viva a nossa chama.

Admira-me a tua dor, a tua força.

O teu jardim de negros ciprestes perfumados.

Que eu não consiga já viver sem ti,

Que a morte sem ti a meu lado, me tormenta.

E quero-te no meu último suspiro.

Uma Outra Rua do Amor

Toda manhã acorda ela as coisas mais belas do dormir,
Ela ama chorar lágrimas alegres quando fala da outra rua do amor
Com sons de cordas e baixos resmungões
Com teclados dançando nos jardins
Junto às flores com nomes e letras de músicas,
É uma canção e um lar.
Dos livros voam os sonhos
Nas conversas... Longe! até o tardar
Velejam, flanam algumas poesias.

ESPUMA DO TEMPO

ESPUMA DO TEMPO

Na crista de espuma de um ciclo sem fim,
Em ondas de saudade que o tempo penteia.
Perguntei ao mar se me levava a outro lado.
E o mar, escorrendo no seu frenesim
Lágrimas de sal, que ao vento presenteia,
Em gotas de odor, num rosto inebriado.

Velas solitárias, balouçam a vaguear
Nas vagas do sonho que não morre
Nos tempos nostálgicos e desnudos.
A saudade deixa-se beijar,
Pelo desejo que em mim percorre.
No silêncio dos meus gritos mudos.

João Murty

Paz

                               Paz

                       A paz esteja em ti

                       A paz esteja em mim

                       Eu quero a paz

                        A paz da nuvem calma

                        A paz do céu azul

                         A paz do mar profundo

                        A paz do mundo

                        A paz do teu sorriso

                        A paz do  amar infindo

Nereide

Os Bens da Sabedoria

Nesta xícara de café preto o olhar suplica aos
Adros num amarelidão
Dos dias que voltaram à baila
E como as coisas ainda estavam,
Estávamos no barato e sem preço do dia.
Alcançamos por cá,
Por cá, com o retorno das chuvas
Tornei a escrever-te no meu regar de lilases
Com muitas beldroegas forrageais
Só que tudo ao que termina pede,
De fora ouve-se o chamar deste monte,
Nos ecos sussurrantes falando.
As letras pobres e tristes vieram,
Viemos no caro e alto custo da vida.

Reflexo da lua

                         Na  sombra  meu

                         Sorriso  oculto

                         A  palavra  o  vulto

                         Todo  meu  eu

 

                          Eu  sou  a  sombra

                          No  reflexo  da  lua

                           Mente  e  alma  nua

                          Estirada  na  alfombra

 

                            Sou  irmã, sou natureza

                             Aroma  de  maçã  madura

Serafins tristes

A rua vinha com gosto de brisa e desejo na vista,

Era de ir o tempo quebradiço,

Acolá foi desenhado a lápis, à mão

Após o depois, veio o agora com tinta

E um bocado de cor.

Só que impossível largar as lágrimas de cristais,

Os diamantes líquidos,

As sedas de prata

No transparente vidro de ar

Que não impede minha caminhada de quem

Flutua quando lê.

 

Pula debalde

Na esquina um alemão,

Noutra, eu,

Eu, um outro,

Nisto, estão

Estão, este pouco

E o mais de mim.

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