Geral

Mais um dia

Mais um dia vazio, uma folha vazia, um sentimento vazio dentro de mim.

Mais um caminho sem destino, que percorro mas não tem fim.

Mais uma lágrima que caiu, uma pessoa que fugiu.

Um mundo que ruiu, um coração que partiu.

Mais um dia sem ser dia, onde de dia nem sol brilha,

E a chuva se fantasia, percorre a rua em danças nostalgia. 

Frieza Escaldante

Que espera esta de acidez em que me encontro…

Quanta má vontade em gélida frieza escandante podre

Quanta perícia em risos de embuste e sonsa teimosia…

Vidas de mil asquerosas tramóias….

Colonatos de vertebral tristeza fingida …..

Posturas de malvadez inquebrantavel …..

Como quem não se perturba em tantos penares de aparatosas perderes….

Tentadas evasivas passadas sumidas de quem estando tão presente se retira….

Constante bater de asas em voos de quem ficando já nos abandonou…

Regina Pereira

15 de Junho de 2014

Palavras Presas na Costa

Palavras refletidas, mas não ditas 
Perdem-se em oportunidades não aproveitadas,
A espontaneidade que não flutua...
Afunda-se no medo que prende a língua como uma âncora de ferro. 
Se ao menos na água se dissolvesse a vontade de te dizer o que encalhou, 
Vontade de dizer que ver o mar sozinho não me assusta quando o observas comigo,
Que, sentado ao teu lado, na alta escarpa não temo a altura de uma possível queda, 
Não teria que olhar esta paisagem com o corpo gélido e os olhos humedecidos.

novo homem

A transformação do homem em binário
que se perdeu no percurso e não sentiu
Visava apenas o lucro da ganancia sem preço
partiu do zero para o um e juntou os dois
da perfeição procurada foi visionario
encontrou a morte para viver depois!

O Protagonista

O Protagonista

 

Em um texto mórbido, nas linhas que o escritor buscava do interior de sua loucura. Sequelas humanas eram expostas. Procurava não caracterizar personagens, era apenas o protagonista de uma história que ainda não fora escrita, mas que por si mesma já existia. Quando um personagem não precisa do escritor, nem do leitor. Qual é o personagem entre o leitor e o escritor? Há milhões deles, talvez sejamos todos nós.

 

Charles Silva

A Viagem

A viagem
Predestinada ou nao, quem mandará serei eu.
O passado é a chama acesa para ser teimoso
A hora será a minha hora, o destino será o meu
Esperado percurso final dum fogo defeituoso!

Quero trilhos de passos perdidos sem horas
morrer em parte incerta ao sabor do esquecimento
sentar o peso dos anos na esquecida margem
vagabundear esquecido de vestes sem história
cair em cada pedaço de vida ao som do momento.

Aqui jaz o que um dia nós fomos

Paredes descascadas invadidas pela Noite vadia
Que se esconde e chora nos cantos da casa que outrora fora sadia.
Caíram as lascas de madeira velha e o folheado enferme,
Como lágrimas secas do Vento que suspira na colina
Sobre a casa que lá na encosta fica
E que tragicamente viu ser traçada a sua sina.
Por castigo dos Deuses ou mão dos Anjos,
Assim foi determinado o nosso Fado
Condenados à fatalidade cruel
De não poder viver o amor que nos fora prematuramente retirado.
Aqui jaz a casa que então se mantinha erguida,

Zumbidos

Zumbidos

 

Há zumbidos na floresta, há vozes, há risos, há pássaros em revoada

Há seios desnudos, há alguém que se gosta, há flores, há frutos ao chão

Há homens, há bichos, há pegadas, há vento passeando por entre as pernas

Há um tempo tênue na floresta, há um dia límpido, há sombra das nuvens

Há moradores na floresta, a fauna e a flora moram lá, há criaturas lá

Há espíritos lá, embora tu só vejas o teu, há zumbidos lá

 

Charles Silva

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