Geral

A Viagem

A viagem
Predestinada ou nao, quem mandará serei eu.
O passado é a chama acesa para ser teimoso
A hora será a minha hora, o destino será o meu
Esperado percurso final dum fogo defeituoso!

Quero trilhos de passos perdidos sem horas
morrer em parte incerta ao sabor do esquecimento
sentar o peso dos anos na esquecida margem
vagabundear esquecido de vestes sem história
cair em cada pedaço de vida ao som do momento.

Aqui jaz o que um dia nós fomos

Paredes descascadas invadidas pela Noite vadia
Que se esconde e chora nos cantos da casa que outrora fora sadia.
Caíram as lascas de madeira velha e o folheado enferme,
Como lágrimas secas do Vento que suspira na colina
Sobre a casa que lá na encosta fica
E que tragicamente viu ser traçada a sua sina.
Por castigo dos Deuses ou mão dos Anjos,
Assim foi determinado o nosso Fado
Condenados à fatalidade cruel
De não poder viver o amor que nos fora prematuramente retirado.
Aqui jaz a casa que então se mantinha erguida,

Zumbidos

Zumbidos

 

Há zumbidos na floresta, há vozes, há risos, há pássaros em revoada

Há seios desnudos, há alguém que se gosta, há flores, há frutos ao chão

Há homens, há bichos, há pegadas, há vento passeando por entre as pernas

Há um tempo tênue na floresta, há um dia límpido, há sombra das nuvens

Há moradores na floresta, a fauna e a flora moram lá, há criaturas lá

Há espíritos lá, embora tu só vejas o teu, há zumbidos lá

 

Charles Silva

Ego Subjetivo

Ego Subjetivo

Egocentrismo é o meu mais novo inimigo, é antigo como uma cicatriz de infância. Ei de enfrentá-lo pelo bem do resto de mim. Não quero esse incômodo trejeito personal. Porque personalidades se lapidam desde que se conheça suas raízes fincadas no âmago. Antes de combater a outros, limpo-me da minha própria subjetividade.

Ela caça outro.

Tem sempre de estar tudo bem
Até mesmo quando nos vão à carteira
Até mesmo quando nos apanham de maneira
Que fiquemos à beira dum vai e vem

No prato de jantar não tem lagosta
Ela gosta mas o gosto eleva o gasto
O gajo não pode gastar, embora casto
E vende a alma a qualquer monstra

Ela, por sua vez, mostra que se importa
E pede para importar o presente para lhe dar
Ele bate com a porta e parte por hora
Agora, a gaja gasta o que ele foi deixar

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