Os erros fitam a ti
Autor: Reirazinho on Sunday, 5 March 2023Está disposto a acertar?
Há um ser de preto errando
na eternidade perpétua.
E nas frestas da dor, vê-se
nu e sem brilho nos olhos.
Está disposto a acertar?
Há um ser de preto errando
na eternidade perpétua.
E nas frestas da dor, vê-se
nu e sem brilho nos olhos.
me vejo assim, por um lado
na pinacoteca em que me exponho:
-telas de líricas texturas
me vejo assado, outrossim
no calor maldito acendido em mim:
-como um prato tórrido
mas como não sei a razão
muito me constrange e confunde
esta “sem quê” contradição
Eu levo uma vida sem um tema inserido
tenho com homens de poder, pouco a compactuar
não sei em festa de semideuses com sorriso farto deliciar
meu silencio talvez não vá
suportar
espero todo deboche, todo desânimo
passar
levo a vida, mesmo com expectativas pequenas!
na morada nada excelsa que me agrada,
não é os gritos da janela que imagino decifrar
as dores daquela mãe prevejo
que ao seu menino também vão
chegar
Isso eu sei e ninguém veio
Informar
E sempre o mesmo enredo
Quero a esperteza de quem nunca errou na vida
saber que diacho esconde a caixa de Pandora
por que a penicilina causa tanta dor
e depois o alivio
me faz lembrar da vida
e que me disseram que a dor faz prosperar o amor
mas sei que ando desatento a vida
esqueci da carteira sem notas expressivas
em cada fase da vida já me inspirei num parceiro ou herói
de capa
de lata ou de asas
não herói estelar que era de ferro
pois era lento no passado !
em 2023 tenho que ser andróide
Os transeuntes da cidade
residem no nomadismo,
vivem sem nenhuma face,
sem casa, sem comodismo.
Eremitas do urbano
transitam na passagem,
enxergam-me como insano,
morrerei sem dar viagem.
Admiro suas astúcias,
gostaria de explorar,
vivo apenas em minúcias,
e sem um todo pra estar.
Eu resido num hospício
chamado medo incessante,
é um crescente edifício
de um sentimento ignorante.
Minha inspiração poética
vem perpetuar a dor,
eternizarei antiética
falando seja o que for.
Seja sobre amar o ódio,
seja odiar a esperança,
da côncava vou ao pódio
curvando-me a má bonança.
Gosto da contradição,
amo o que não faz sentido,
inspiro-me na noção
da vida que tenho tido.
É mais fácil molharmos os cílios
do que ressecarmos a dor no peito,
É mais fácil cair duro no leito
e não ser nem digno de liberdade.
Nesse estado que me encontro
a poesia não se faz de vítima,
a vítima sou eu e a vida molesta
os versos do sangue depressivo.
Mãos abertas e a boca fechada,
não falo o que quero, mas
escrevo sobre feridas teológicas.
Metafisicamente silencioso…
Sou um sujeito das sombras,
refletindo um mundo problemático.
Deus, se há, é hora de iluminar,
pois sem ti a escuridão é perpétua.
Sinto-me bobo ao discordar,
não importa se é da política,
economia ou do militar.
Minha opinião é fatídica,
sou tão burro quanto o isentão:
sobre o biscoito da vovó,
ou do tecido de algodão
de seu vestido, fico só;
Sozinho penso em responder,
crio mil teorias e travo.
Empaco no que vou fazer,
e se for pra me deixar bravo,
diga somente assim: opine!
Disserte sobre isso, Matheus.
Vejo como quem diz: assine