Geral
Vã verdade apetece-me,
palpita com sede o vinho,
deságua a mentira inebrie
com a doçura do amor tinto.
Procuro-te com a polidez,
a retumbância de um diamante
escondida dos olhos e da surdez,
ouço-te na penumbra sensatez.
Sem vos nada queremos.
Se morta estiveres, findaremos.
O eremita não lê Harry Potter
Autor: Reirazinho on Saturday, 12 November 2022
É ali no monte Everest
Que lá se encontra vosmecê,
Longe, como quando se lê
Mímica
Autor: Reirazinho on Wednesday, 9 November 2022
A mímica é a maior arte,
quando se imita, a morte vem,
o ego se dissolve no vento,
as relutâncias vão pro além.
Trovas
Autor: Reirazinho on Tuesday, 8 November 2022
Os meus braços balançam
para uma dança sem fim,
o bailares se fincam
nas entranhas do marfim.
*
Ensinaram que o poeta
é pra lá de diferente,
é um inútil asceta
que pensa ser indulgente.
*
Sequer os vemos agora
A poesia não liberta
Autor: Reirazinho on Monday, 7 November 2022Poesia é sobre o leitor,
leitor este que determina,
não só sobre o fulgor,
mas a luz que luzia a vida.
Escrever é se condenar:
algemas afirmam o verso,
estamos presos em um luar
que se míngua em um terço.
Rezaremos então ao sol,
o que se cultiva escriba,
culmina força no farol,
irradia força que fortifica.
O 'EXU DAS LETRAS'
Autor: DAN GUSTAVO on Monday, 7 November 2022Humor negro
Autor: Reirazinho on Sunday, 6 November 2022
Doentes queimando,
os crematórios acesos,
o mortuário lido.
*
Halloween
Autor: Reirazinho on Monday, 31 October 2022Embalsamado, tão mumificado,
o homem enlaçado é engraçado.
Ele veste mil faixas e vai dormir,
já a bruxa, o enfeitiça e faz cair.
Seja nas tentações ou no papo,
o dorminhoco é otário, é fato.
Acredita no pós-vida e em Toth:
‘’O que está em cima, está no calote’’.
É um mero faraó enganado,
diferente do fantasma datado.
Faz ‘’bu’’ no meio da madrugada,
assusta até a velha encalhada,
pelo menos não é a dona morte,
DETALHES
Autor: FERNANDO ANTÔNI... on Saturday, 29 October 2022As larvas do meu corpo
Autor: Reirazinho on Monday, 24 October 2022
— A necrocitose dos micróbios,
como chamo os meus vermes.
São perfidamente enclausurados,