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Revolução Idiota

Revolução Idiota

 

Gosto antes de mim, depois de mim, por último de mim. Mas gostar não é a palavra certa, tem algo mais em jogo, tem coisas que só eu sei.

 

Procuro ventos, escolho cores, admiro tempestades

Tequila para dias frios, cerveja para dias quentes

Faço meu almoço, meu café, meu jantar

Cuido da minha casa, minhas coisas sem valor

O mundo lá fora não precisa da minha interferência

O mundo já é idiota demais e eu não compactuo

Sem ideologias, sem partidos, sem divindades

ALGUMA POESIA

HOMENS DE FUMAÇA

No arrastar de minhas sandálias
Pela casa,
Tenho as lembranças arranhadas
E esquecidas.
Por onde andam as conversas conduzidas
Pelos homens de fumaça?

Se desfizeram com o tempo,
Nas costas de um tênue vento,
Pela janela escancarada.

O velho barco na distância, ainda aguarda
Pela tripulação dispersa,
Numa espera
Que parece eternizada.

Em meio a tralhas,
Depuseram suas velas.
Em meio a elas,
O seu capitão se apaga.

 

Desconexão

Desconexão

 

No meu mundo não cabe mais ninguém

Meu barco está lotado além do limite

Meus dias não são mais a pensar em ninguém

Meu universo agora tem várias outras cores

Minha casa está limpa, organizada e bem cuidada

Reservo-me o direito de estar em paz e só

No meu mundo não cabem mais telefonemas

No meu mundo não cabem mais e-mail’s

No meu mundo não cabem mais mensagens

Portanto, desconecte-se do meu mundo

 

Charles Silva

Palavras e intenções

Palavras e intenções

Qual palavra procurar nos livros? Todas estão esgotadas
Que palavra consola, e consola a quem?
Palavras que não deveriam ter sido ditas
Palavras ao vento, o tempo leva
Nem o vento, e nem o tempo voltam
Palavras não têm razões, as intenções sim, elas têm

Charles Silva
 

OLHO COM MEUS OLHOS BAÇOS!

OLHO COM MEUS OLHOS BAÇOS!

 

Olho com meus olhos baços

Os rastos dos meus traços

Dos meus pés descalços

Na areia da praia!

Há no mundo montão de recalcos

Onde moram escondidos

Sonhos adormecidos,

Onde revejo apocalipses

De vivências perdidas

De vidas preenchidas

De amores refletidos,

Tempestade que cai

Tempestade que cai

 

Há beleza na tempestade que cai torrencial. Quantas forças da natureza estão interagindo ali ao mesmo tempo, propiciando o belo espetáculo dessa tempestade que cai. Não há ninguém na rua, nem os carros estão circulando. Majestosa, a tempestade implacável lava tudo com água pura por onde passa. Eu vou lá fora, vou me molhar nesta magnífica tempestade. Há quantos desertos por ai que adorariam essa tempestade que cai.

 

Charles Silva

Dengosa

Dengosa

 

Ela foi derrotada por um inseto. Ele veio e a pegou de jeito pelas coxas, deu-lhe uma ferroada que ela viu estrelas. Ela reclamou a noite toda que estava ardendo, levou uma picada de um inseto que a deixou dengosa.

 

Agora vamos mudar de assunto. O parágrafo acima não quer dizer nada para quem não sabe ler.

 

Charles Silva

 

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