Geral

O poder da Leitura

Folheando umas páginas

Descobrindo na leitura …

Não a música ou a imagem,

Mas o poder na doçura

De uma viagem inacabada,

Que precisa do leitor…

Para viver.

 

Se fosse simples escrever,

Qualquer um poderia ter,

Mesmo sem ninguém o ler

Um momento de prazer.

...

             Agostinha Monteiro

Não sei o que é beleza

Nossa arte morreu faz tempo
O que sobrou são restos de desalento
Olho um quadro abstrato e vejo vômito
Regurgito o material do quadro insólito

Minha náusea faz parte da obra moderna
A barriga está fria, é a vontade que não se alterna
Excrementos da feiura compõe natureza-morta
A pífia subversão da beleza-morta
Deixaram no caixão velho uma mentira intelectual
Ou talvez eu seja apedeuta e não veja o novo normal?     

Demiurgo

A linha do universo é tua,
E o embaraço que atua
Enrola na teia íngreme
A humanidade tisne:
Presa na arma: matéria
Aracnídeo torra a pérfida
Raça humana, mas logra
Deus e teus anjos afora
Não há escapatória
O rei da misericórdia
É o carrasco do júbilo,
Como és o murmúrio
Dos ventos fatídicos
De invernos lúdricos  

 
 

 

Cântico saturniano

Apresento o senhor do tempo
Aquele que consome os ossos
O regente da finalidade
A força motriz da decadência
Ele casa com os seres ábditos
Seu anel exprime os dedos dos homens
Sórdido criador do divórcio
Separa q vida com a morte
Terra seca, galhos quebrados e sangue
Carniça exposta, encruzilhada e lixo
São o banquete para ele
Devorador do amor e de tudo bom

Saturno

Deus do fim, predicando as finalidades últimas. Simboliza o cansaço do tempo, sempre aguardando a paisagem de inverno: congelando os amores da carne, adoecendo os prazeres da vida. Sua força é gradual, mas no momento agente, és veloz como uma asa de beija-flor. Está sempre faminto, sua essência sempre requer opulência; devora a alma daquele sofredor; devora os girassóis enraizados na beleza; devora a arte, a mesma que vive por ti. Em suma, nunca está satisfeito pelas suas mortes.

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