Geral

Apagão

 

É comum o sapo morrer na lagoa.
O mendigo comer lixo na sarjeta 
O tráfico de entorpecentes nas escolas, 
A fila quilométrica do INSS fazendo curva na rua estreita
O moleque desde a tenra idade viciado em cola.

É comum a violência subjugar a lei. 
A mãe com uma “penca” de filhos no semáforo pedindo esmolas 
O inocente ser refém da mesma grei,
Os filhos desesperados do desemprego 
os escravos das drogas.

No dia em que o amor morreu…

 

No dia em que o amor morreu
não houve choro nem pranto
apenas a dor do desencanto
desses sonhos que eram meus...

No dia em que o amor morreu
sepultei a saudade no peito
desse sentir tão perfeito
que a vida me concedeu...

No dia que o amor morreu
saboreei a candura
desses beijos com doçura
que confiaste nos lábios meus...

Ida

Há uma tristeza tão grande
nas estantes vazias,
como se partidas,
as ideias tivessem
sumido no Mundo
que resta apenas
a desolação
em mogno preto.
O cheiro de abandono
percorre os corredores
como um fantasma
descrente da própria morte.
E ainda que todos
os adjetivos, verbos e advérbios
tenham impregnado as paredes,
sabe-se que a poesia acabou.
A enseada de Botafogo
que um Naif em vão tenta recriar
perde a cor aos poucos;
a face, cada vez mais pálida,

Oração

 

Hoje
caminho sobre os meus medos
 
Hoje
caminho sobre as minhas dúvidas
e vou na direcção da luz
 
Deixo o passado lá atrás
e atravesso a tempestade presente
 
Mantenho-me forte
e sigo rumo ao desconhecido
 
Através dos olhos de Deus
e pelas mãos dos anjos
eu procuro-te
 
para me encontrar

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