Geral
velho moinho
Autor: zelia Neves on Wednesday, 28 August 2019Velho moinho
Obra rústica de charme aconchegante
Engenho de sonhos,
Movidos a ventos
Entre as mós, eles vão girando
Transformando em suco
Os meus sentimentos
Velho moinho de versos
Hirto na aurora dos tempos
Sem alma, sem voz
Sem nada por dentro
O velho moinho
Que já foi feliz, está agora abandonado…
Fica a memória da dureza do grão
por tantos de nós superado
Junto aos grãos os condimentos
Raiva, amor, desencanto…
Perdidos no cenário campestre
Sombras
Autor: zelia Neves on Wednesday, 28 August 2019Sombras
Meus olhos se encheram de emoção
Diante das águas tranquilas do rio
Um sorriso iluminado acompanhou o meu olhar
Por entre os orvalhos da saudade
Tu estavas lá, olhando o rio
Com teu ar sereno e misterioso
Rodopiavas em pensamentos ao som do barulho do vento
É quase outono, o sol já se esconde envergonhado
Por entre as folhagens das árvores que teimam em cair
Como um pescador de sonhos
Alimentas a alma nos reflexos das águas do rio
Meu coração é uma folha solta no ar
Setembro
Autor: zelia Neves on Wednesday, 28 August 2019Setembro
Há um prenúncio de chuva
No perfume que a nuvem comprime
As folhas subtis das árvores
afagam suavemente o solo
pintando de cor a calçada
O vento do Norte
Mima com beijos suaves
As folhas que perderam a cor garrida
Num delírio enfraquecido do verão.
Ergue-se setembro
As estradas dos meus sonhos
Reabrem-se dentro de mim
O vento traz o fresco às madrugadas
A brisa baila por entre os campos
E eu sentada no banco do jardim
Doce quimera
Autor: zelia Neves on Wednesday, 28 August 2019Doce quimera
Nesta vida efémera
Onde o vento silencia
E a lua prateada se transforma
A ilusão e a fé, dão sentido à minha vida
Doce quimera…
Por de trás de um sorriso, anunciaste a tua partida
Mas em que instante te deixei de ver?
Em que momento te reencontrei?
Não, não estás sobre a água
Não, não estás por entre as chamas
É o vento, o mar e o fogo que te sustentam
E se te quero ver, tenho que fugir das estrelas
Este aperto silencioso, é difícil de entender
Os poetas
Autor: zelia Neves on Wednesday, 28 August 2019Os poetas
Às vezes se apaixonam por musas
Silenciam, argumentam, discutem
Com a folha de papel e a caneta
No final do dia quando anoitece
Procuram a paz
E quando se encontram a sós com a alma
A poesia acontece!
Tiram dentro do peito a Emoção
Aspirando o aroma da poesia
Os versos que escrevem
Vêm de dentro do coração
As almas dos poetas
Não as entende ninguém
Escrever, é a sua terapia
Conjugam o verbo amar
Em perfeita harmonia
Mãos de poeta
Autor: zelia Neves on Wednesday, 28 August 2019Mãos de poeta
Revelam cores de sentimentos
Constroem castelos sobre o mar
Imaginam um outro céu
Em horas incertas
Mãos de poeta
Têm o céu traçado na linha da vida
Mãos de ternura orvalhada
Que escrevem sobre o por do sol
E amanhecem frias quando surge a aurora
Mãos de poeta
Escrevem metáforas de um sonhar
Transformam montanhas
Num sublime verso
E em cada verso travam sementes
Que lançam em água límpida
Transformando as palavras num rio de prata
Detalhes
Autor: zelia Neves on Wednesday, 28 August 2019Detalhes
Pequenos gestos e caricias
silêncios velados
Calor da alma
Em cada suspiro, nasce a inspiração
Na simplicidade do vento
Voam fragmentos de cartas
Onde foram lidas as entrelinhas
E esmiuçados todos os detalhes
De uma poesia inventada.
No eco de antigas palavras
A poesia silencia os medos
E desenvolve a inteligência do coração
E é nos pequenos detalhes
No ondular das ondas do mar
Que as almas enamoradas se encontram
Compasso do amor
Autor: zelia Neves on Wednesday, 28 August 2019Compasso do amor
O doce mel
Rodopia por entre os versos
Ao ritmo de uma paixão
Momento delicado de duas almas
Em subtil dedicação.
A poesia faz-se presente
E alinha sentimentos
Em total veneração.
Neste compasso do amor
Há jardins perfumados
Onde chilreiam os pássaros
Em corações apaixonados.
Compasso do amor
Que embriaga corações sensíveis
De carinho galanteador
Incendeia o Brilho do olhar
E a um ritmo cardíaco descompassado