Intervenção

Natureza

Sinto-me a erguer,
Na esperança de te ver...
O meu coração sobressaltado,
Pelo meu mundo à natureza enlaçado...

Tenho vagamente uma certeza
De que toda esta riqueza,
Um dia regressa inconsolável
Com toda a sua beleza amável...

Todo o seu poder titânico
Controlado por alguém sádico
Cambaleia na sua garganta
Neste grito que me encanta...

Hoje, à semelhança de dias anormais

Hoje, à semelhança de dias anormais,
não estou inclinado a escrever sobre o amor.
Ele inclinou-me de mais,
uma vida toda; e nem uma flor.

Hoje, inclinado, apetece-me olhar a natureza.
Verificar a quantidade de desprezo, por vezes, maldade,
e, ainda assim, admirar que continua mostrando beleza,
a já saudade Natureza.

Quão admirável?
Quão inspirante?
Pena o sentimento ser inigualável
pelo seu habitante errante.

Mundo de sombras...más

           Mundo de sombras...más

 

Para lá do mundo real que vemos,

Existem sombras. Obscuras... Fatais...

Sombras pálidas, saídas de ermos

E se fundem com passantes banais.

 

São astutas...esquivas nas missões

E não trajam túnicas assombrosas !...

São só verdadeiras imitações

De seres bons. São sombras mentirosas !

 

Às vezes, são perfeitas silhuetas.

Outras, são vulgares...ou andrajosas...

Proliferam como vermes nas sarjetas.

Na arte de enganar, são engenhosas !

 

Doravante

       DORAVANTE

 

Doravante

Vou fingir-me ignorante

Vou olhar e só ver o que eu quiser.

E, nesta hipocrisia de  estar, 

Vou ser só mais uma entre milhares.

Doravante

Vou sentir outros sentidos,

Vou ser alheia e distante

Vou ser cega e impenetrável,

Inútil e imprestável.

Doravante

Vou sorrir fingidamente

Calar-me cobardemente.

E, nessa versatilidade arrepiante, 

Mudarei de faceta num instante !

E depois,

Neste estado entediante

Vou fitar-me bem de frente

Os Rapazes dos Tanques

POEMA Nº 244
Título do Poema: Acerca do Lançamento do livro de Alfredo cunha e Adelino Gomes "Os Rapazes dos Tanques"
Autor: © Arthur Santos
Género: Políticos

Acerca do Lançamento do livro de Alfredo cunha e Adelino Gomes "Os Rapazes dos Tanques"

Sim foram os rapazes dos tanques
que montados em velhos elefantes
num acto de puro e inocente heroísmo
atiraram para o abismo
num quase breve momento
um regime podre SalazaróMarcelento.

Retrato. Mudado!

    Retrato. Mudado!

 

Quem és tu mulher? O que tens no rosto?

Tao taciturno, pesado, sombrio!

Não te conheço. Já não sei quem és!

Não era esse o teu rosto, mulher.

 

Nos tempos áureos de juventude,

Teu sorriso era franco, genuíno.

Eras espelho de felicidade

D' altivo orgulho, carácter impulsivo.

 

Não te apagues mulher, desperta em ti

A energia, esperança do passado

Porque as dores e mágoas que tu sentes,

São afinal iguais às d' outra gente !

 

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