Meditação

Poema para a enfermeira

Poema para a Enfermeira

Te prometi este poema,

Cansaste-te de esperar

Até que chegou o dia

De ele ás tuas mãos chegar.

 

Foste bebé, foste criança,

Hoje és uma mulher,

Tens uma grande missão para cumprir

Até quando Deus quiser.

 

Missão de Ajudar,

Missão de socorrer;

rio de sangue

Rio de sangue

 

Não me colocaram em nenhum   de seus planos

Vontade de destruir casa de vidro e de barro  A sua casa já desmoronou no meio da sala?

Você já tentou varrer a areia de água negra? Vontade de destruir casa de tijolo, que me foi negada  Já ficou no escuro ouvindo o canto da cigarra?

Esse rio Tinto, tal qual o Nilo quando foi tingido

Esse vermelho era feito de bala

torto arado

 

 

 Torto arado

 

Cabo de marfim fincado no solo, cheiro legitimo de terra

Mato verde nas narinas, caminho até a escola

Essas letras no quadro verde, lousa verde, casa de cor verde Não narram minha história.

Quilombos, quilombolas, quilombos, quilombos

Prefiro sentir no corpo as lições que a vida da Essa terra úmida pede para parir.

O mundo é dos ricos e dos bonitos

O mundo é dos ricos, e dos bonitos.

É daqueles que olham o sol, e se esquecem da própria sombra que pisam.

Dança, dança enquanto és jovem, e tens pernas que dançam.

Pois não há nada nesta vida mais grandioso que dançar entre as labaredas.

 

Agarra quem te abraça sem mais largar,

Acompanha o ritmo dos pés que espelham os teus.

Fecha os olhos, encosta-te a mim,  e dança.

 

 

 

 

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