os cardos da memória
Autor: António Tê Santos on Thursday, 12 January 2023retiro os meus versos das intempéries que suportei; exibo-os em cantigas inspiradas nas minhas proezas mundanas; saboreio-os em reflexões que me fazem evoluir.
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retiro os meus versos das intempéries que suportei; exibo-os em cantigas inspiradas nas minhas proezas mundanas; saboreio-os em reflexões que me fazem evoluir.
a tarefa exaustiva de resolver os problemas que me transtornam; de refletir longe dos lugares onde se fabricam as notícias que esconjuro; de transformar o silêncio numa investida entusiasmante que registo em poesia.
a razão origina um séquito grandioso que caminha pelos terrenos da virtude; segrega augúrios promissores que neutralizam a torpeza social; promove um regozijo íntimo que desenrola uma fúlgida poesia.
onde se encontram os heróis que modelam a solidariedade e a fascinação? que transformam em jardins diáfanos a solicitude e o engenho? que exploram as invenções que sustentam o progresso humano?
as verdades expostas no meu pensamento decorrem das quezílias que sufragam a maldade humana; decorrem das vicissitudes ríspidas que governam a nossa condição; decorrem da força renovada pela impreterível poesia.
as páginas de desafogo que eu procuro redigir contra as vaias da turbamulta e os seus arremedos espirituais; contra as manobras buliçosas daqueles que contemporizam com a malignidade envolvente; contra os artifícios do ego e as suas inoportunas lucubrações.
Não é a solidão que assusta e sim a frieza de certas pessoas, que mesmo sabendo, optam apenas por buscar seus próprios interesses, pouco ou nada se importando, com a dor que podem causar...
trago muitas farpas por cravar no dorso do mundo e nas suas organizações pardacentas; nos seus inflexíveis efeitos que obliteram a dança frenética dos sentidos; nos seus redemoinhos ciclópicos e nos seus tratados prepotentes.
demando a sabedoria para perceber o mundo e as suas bravatas cruéis; para que a minha alma conceba um antídoto contra a penúria moral; para que possa exprobar a vida e os seus códigos banais.
iludem-se os que agasalham a virtude longe da misantropia e da solidão; longe dos eruditos que justapõem ao seu fado os ideais benignos que os contêm; longe do remanso da alma e dos seus tratos benevolentes.