Invernos da Vida
Autor: António Cardoso on Wednesday, 2 April 2014O tempo passa e a chuva caí,
Vem dos nossos olhos, molha a nossa face.
Faz uma nódoa cá dentro que às vezes não saí,
O tempo passa e a chuva caí,
Vem dos nossos olhos, molha a nossa face.
Faz uma nódoa cá dentro que às vezes não saí,
POEMA Nº 245
Título do Poema: A Poesia não enche barriga
Autor: © Arthur Santos
Género: Pessoas
A POESIA NÃO ENCHE BARRIGA
(Após ler uma entrevista de Vasco Graça Moura, que o amigo Celestino Santos publicou no Facebook)
A poesia não enche barriga
A mim tanto me faz
gosto dela dita ou numa cantiga!
A poesia pode não enchar o espírito?
A mim tanto me faz
gosto dela numa voz ou num escrito!
HOSPITAL DO SENHOR
Fui ao hospital do Senhor fazer um "check-up" de
Sigo voando como o vento,
Há procura de alguém.
Não paro nem por um momento,
Entre a vejo,
Personificado em gêmeos.
Um interno, outro externo.
Acordo pelo desatar de algo que me acorda. Todos os dias.
Abro as janelas interiores,
Fachos de luz ilumina pontos na escuridão.
Meus olhos se alimentam com tudo.
Encarna o mundo externo nos interstícios da ligação interna.
Dois hemisférios, gêmeos, vida e vida.
Entre eles vejo, o olho. O olho que não se vê.
A loucura controlada em seus métodos.
Antes do olho. Depois do olho.
Muito se fala #
Muito se fala de pouco que se ver
Muito de fato é fantasiado por mentes
Insanas de preconceito.
No jogo eloquente da vida em seus
Caminhos as flores sobre espinhos
Encontram-se perfumadas e sempre
Coloridas, deslumbrantes aos olhos de
Quem as veem.
Habituei-me a estar só
À companhia do silêncio nas conversas surdas que me cercam
Acostumei-me à solidão que acompanha os meus passos solitários
No barulho de uma estrada da qual não faço parte.
Pedi a uma estrela sorrisos
E ela deu-me lágrimas
Pedi amor
E ela deu-me desilusão
Numa mistura de dor e morte de uma alma.
Pedi a um anjo abraço
E ele deu-me o vazio do abismo.
Pedi-lhe um beijo
E virou-me costas.
Com o tempo tornei esta solidão minha amiga
A companhia para o caminho que me faz tropeçar
Sinto-me bem neste lugar –
é estranho como eu.
Abriga, na sua estranheza,
o meu estranho ser.
Mais do que sentir-me bem aqui,
sinto-me.
Sinto-me a embeber
a estranheza deste lugar
e o seu estranho ar;
e, de algum modo,
tudo parece menos estranho.
Tudo parece,
e talvez tudo seja:
somos um estranho só,
e não velamos
a estranheza de cada um.
O que respiro de ti
é tão estranho para mim
quanto aquilo que sou
pode ser para ti:
não é estranho.
Nada nos é estranho