Prosa Poética

Várias formas

Medo então éramos dois corpos
Numa noite em plena sexta de chuva
Poderíamos ser carne
Espírito podemos então sentir mãos
Cheiro .
Sabe que nós dois
Era pra ser
Música
Um blues
Sexta faz bem um samba
Goles longos de whisky
Sabe-se que procuramos diversão
E se existe algo melhor me apresente
Eu você e o mundo em nossas mãos
.

O MEU PÔR DO SOL...

No meu pôr do sol o poente desvanece dolorido grácil e extemporâneo
É a despedida nómada e vagabunda do tempo judiado ébrio e instantâneo
É o despencar de mil brisas perfumadas por um extenso sussurro tão cutâneo
 
No meu pôr do sol o tempo ajoelha-se junto à sinagoga das preces coniventes

Ela existe

Naquele largo ensolarado e frio, o crepitar da vida ouve-se com uma sonoridade diferente: a vida mecânica sobrepôs-se à biodiversidade. Os pássaros foram substituídos pelo rosnar dos aviões que voam baixinho o suficiente para sentir a vibração do cinzeiro e da mesa metálica desta esplanada que enfrenta em tom de irónica provocação aqueles que evitam o contacto com o tabaco.
 

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