Prosa Poética

Diálogos do Éden ( parte VIII)

Diálogos do Éden ( parte VIII)

 

Eu ser Tu. Eros é a Alegria mais íngreme desaguando em In-finito...

viver para AmarTe...

O amor emerge como grãos de mostarda.

Minha amante de argila,

beijo te muito.

Tuas palavras penetram o fundo de mim,

sou argila em combustão e em falta de ti

cuspo em sílabas todo o fogo

que afasta as artérias e rompe as veias.

A Ideia de Infinito-em-nós é a energia

oceânica da nudez absoluta: seremos espuma de Alpha a Ómega.

FELICIDADE ME PROCUROU

ENQUANTO VOCÊ VIVEU !

E OUTROS BRAÇOS PROCUROU!

O MUNDO NÃO DESANDOU,

A CHUVA  AQUI CORREU.

E O VENTO AQUI SOPROU!

O SOL ENTÃO AQUECEU.

A PASSARADA CANTOU.

NADA MUDOU SÓ PORQUE ME DEIXOU!

AGORA PENSA EM VOLTAR!

NÃO ACEITA COMO ESTOU...

MEU MUNDO AQUI NÃO PAROU!

ENQUANTO VIVEU TRISTEZAS.

FELICIDADE ME PROCUROU.

TROUXE O JARDIM EM FESTA.

EM MINHA JANELA FEZ SERESTA.

E UM NOVO AMOR ME DEIXOU!

ARLETE KLENS.

 

A viagem do Espírito

Viagem do Espírito

Hoje estou no sepulcro do meu Corpo,

meu sangue respira na pele em chama.

Vestígios de ti permanecem em mim,

é a estranha saudade.

 

Decidi caminhar-te no meu coração,

com ajuda do espírito, tornei-te presente,

com ajuda das estrelas, iluminei-te,

com ajuda do mar, naveguei-te,

com ajuda da areia, deitei-te,

com ajuda do silêncio, adormeci-te,

com ajuda do Amor, amei-te.

 

Lembranças vivas na mente,

travessia oceânica de sentimentos

DESEJOS

UM DIA EU QUIS SER RIO.  

NO OUTRO QUIS SER O MAR.

UM DIA QUIS EU MORRER...

NO OUTRO JÁ QUIS AMAR.

DESEJOS BONS TODOS ELES,

PARA SE DESEJAR.

HOJE QUERO SER EU,

COM TODOS ELES A ENTRAR.

MEU CORPO, A SENTIR -SE DELES.

E DELES SE DELEITAR.

SE EU POSSO SER O QUE...

TUDO QUE DESEJAR!

FECHANDO OS OLHOS EU VOU,

ONDE A IMAGINAÇÃO LEVAR.

ADENTRO POR LINDOS SONHOS, 

NAVEGO POR GRANDE MAR.

NADO EM LINDOS RIOS. 

E AMO A QUEM QUERO AMAR.

SOU DONA DO MEU NARIZ.

Querer-te é outro Sol

Querer-te é outro Sol

Metáfora da noite cobre o sol da Lua e

rompe-se o luar de sempre em mistério de Amor.

Raios de Sol são lançados em flecha ponte aguda

contra o vazio do meu corpo.

Abre-se o mar em espuma salgada sobre a rocha

Onde Querer-te é outro Sol.

 

Teu Sol penetra o fundo de mim.

Sou a distância iminente do climax,

onde tudo acontece na esfinge sagrada do AMOR

e Querer-te é outro Sol.

 

Escultura de pele que nos cobre

em sede de Amor que nos detém

VIVER SEM TRISTEZA...

NÃO DESEJO QUE O CÉU,

TESTEMUNHE DESGRAÇAS.

NEM QUE A CHUVA 

CHORE AS DORES DO MUNDO!

QUERO O SOL PRA AQUECER 

NOSSOS CORPOS...

QUE A BRISA REFRESCANTE

DO VERÃO NOS ENVOLVA.

QUE A NOITE EMBALE

OS MELHORES SONHOS.

E A LUA ACALME QUALQUER

PESADELO.

QUE POSSAMOS SENTIR O

CHEIRO DA NATUREZA!

POSSAMOS ABRAÇAR A VIDA...

VIVER SEM TRISTEZA.

 

ARLETE KLENS

O meu sonho alegra-me

O meu sonho alegra-me

 

Diante do espelho dos segredos,

o Amor emerge

em deserto de grãos de mostarda,

em corpos tensos,

em duas mãos na verdade da respiração,

no olhar de dois olhos no ângulo da ausência,

em simetria quebrada nos meus seios,

caí a túnica que esconde o fruto proibido desde da Origem até

aos confins da fúria nudez persistente no momento único.

 

Afogada nos teus afagos de peito e chão onde o desejo conhece a

frescura infinita do prazer,

cantam  os anjos,

MISÉRIA POUCA É BOBAGEM.

OLHO ESTE POVO A DORMIR,

NESTA NOITE DE LINDA LUA.

SINTO CHEGAR AO NARIZ,

UM CHEIRO FÉTIDO DE RUA.

 

AMONTOADOS ESTÃO,

COMO BICHOS NA CALÇADA.

EMBAIXO DE UMA MARQUISE

DESTA LOJA ABANDONADA.

 

FICO SENTADO OLHANDO,

MEUS BRAÇOS ESTÃO CRUZADOS.

PENSANDO, SERÁ QUE EXISTE,

SENTIMENTO NESTAS CARCAÇAS?

 

É GENTE ASSIM COMO EU!

SENTE FOME SENTE FRIO.

SENTE FALTA DE UM LAR...

TALVEZ, ESPOSA E FILHOS.

 

ARLETE KLENS.

 

 

Tocamos o Fundo

Tocamos o Fundo

 

Colhi no relevo do teu corpo as mais lindas letras

que no meu coração começaram a fluir.

Cresce o mar de emoções dentro de nós,

ondulações gigantescas invadem os corpos.

 

Fábula de nós  em crença do nada,

respiramos o fundo e fundo nos tocamos,

lamento tangível do Amor

em caligrafia das ânsias em êxtase

de tocarmos o fundo.

 

Serenatas de sentimentos vibram em fúria esta noite

em abraços angélicos.

Retomamos á Origem os lábios além lábios

Quando vens amor?

Quando vens amor?

Aconchega-te no coração do Inverno,

sente a vibração das rochas que bramem como leoas dentro de mim,

sente o uivar do silêncio em terras desertas.

São paixões,

são carícias de vento em teu rosto que percorrem distâncias indefinidas.

 

Quando vens amor?

Espero-te em mim dentro da saudade,

penso-te,

soletro o Sol em longas esperas,

imagino-te em reflexo de mim.

 

Quando vens amor?

Caminho com sofreguidão em caminho íngreme,

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