Prosa Poética

Perder-te na solidão..

Perder-te na solidão..

 

é ouvir o eco do silêncio,

caminhar na sombra assombrada

da ausência do teu cheiro, de te ter,

do tacto,

do abraço,

de tudo e de nada.

 

Perder-te na solidão…

é o frio derretido

em meu corpo gélido,

imóvel,

despedaçado,

em lama sem cor.

 

Perder-te na solidão..

hoje sem teu querer,

sem mim em ti,

sem a luz,

com tempo 

e espaço.

 

O perigo do corpo a fluir…

O perigo do corpo a fluir…

Entrego-me explosiva, em labareda viva,

morde a minha carne,

bebe-me de Amor.

Rasteja o teu corpo,

mergulha na minha fonte,

dá-me a mão que bate a

todo o tempo o tambor

do Amor.

Amo –te.

 

Invento o sentido,

a direção,

a velocidade,

o tempo,

o Agora

e recaio em flecha

no teu corpo,

perfuro a tua lua

cintilante no teu olhar.

Amo-te.

 

Beija os meus lábios molhados,

de loucuras,

Fragmentos de nós…

Fragmentos de nós…

invadem o universo,

afogam-se no deserto

em fragmentos de areia fina,

são náufragos no mar alto depositados,

devaneios que se instalam na mente,

o poder do momento que invade

o coração.

 

Fragmentos de nós….

pairam no ar cravados

no infinito manto azul,

lado a lado a cintilar com a lua

em sol fundido.

Por entre rochas fragmentadas,

nuas,

amantizadas em manto verde,

transpiradas por nós,

vivas,

em movimento,

Foste…

Foste…

doí-me as entranhas do meu corpo,

doí-me o saber do que foste,

foste causa,

foste razão,

foste a dor de mim em ti,

foste querer,

foste as tardes,

foste a noite de Júbilo,

foste o espírito,

foste a saudade,

foste a corrente fria em mim bebida,

foste o sangue,

foste o desejo sem objeto,

foste o meu corpo mar inquieto,

foste o absoluto,

foste o lábio onde linguisticamente segredamos ,

foste o explorador do meu labirinto,

As flores mais belas do meu Jardim

As flores mais belas do meu Jardim

 

Nas minhas flores pousa a magia do Amor,

a teimosia virgem de vos ter

aconchegados no meu regaço.

Persigo  a cor azul infinito dos oceanos

e atenho me nas forças fundas que emergem

em espuma para vos alcançar.

Amo-vos neste mar de palavras

em chuva de sílabas que derretem cristais.

 

Mulher, mãe,

amamento vos com ternas carícias

vindas do além –mim , além-Deus.

Sou a partitura  do

eco musical que cobre os vossos corações,

É assim a nossa Paixão..

fogo dentro de fogo,

e na longínqua imagem de te ter,

cheiro-me,

olho-me,

 toco-me,

 lembro-me,

apeteces-me ,

rendo-me,

imagino-te,

penso-te,

desejo-te,

tenho saudades de ti em mim,

das tuas mãos a segredar o meu corpo,

do teu sorriso rasgado nos teus lábios.

 

É assim a nossa Paixão…

forte e pulsante,

viva e impetuosa,

possante e livre,

selvagem e fogosa.

 

É assim a nossa Paixão…

urge bater antes de partir

SEGUNDOS, QUE SEJAM SÓ MEUS.

INVENTO COISAS QUE DESEJO,

DESEJO COISAS QUE INVENTO.

E ME REINVENTO CADA SEGUNDO...

PASSO E REPASSO MEU TEMPO.

E TRISTE SINTO, ACABOU ALI...

MAS FELIZ PERCEBO RECOMEÇOU AQUI,

NESTE INSTANTE,

NESTE MOMENTO.

EM QUE ME DEI PRA MIM...

E ME CURTI , 

ME DEI PRAZER...

ME AMEI.

SÓ PRA MIM...SÓ PRA MIM...

ARLETE KLENS

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