Prosa Poética

Interiorização do silêncio

Interiorizei nas palavras o dom mágico e sublime
Da silêncio tão arrebatadoramente crente e longânime
Deixei resvalar uma maré de preces quânticas e unânimes
 
Interiorizei tantas horas perdidas na alameda da fé mais ampliada
Prognostiquei nestes versos uma rima tão enfeitiçada…quase sedada

A Queda

A dúbia ressaca moral que corrói o pulmão, secando o ar corrompido pelas tentativas falhas de se reerguer. Minha ourobouros devorando o próprio pecado na medida que se satisfaz. Estou intoxicado pelo vírus da enganação, como Apóstolo Paulo diz: ‘’Porque haverá homens amantes de si mesmos… desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural’’, homem com a pomba branca morta no peito, sou mais que ímpio; desobediente e ingrato pelas oportunidades. Não suporto mais olhar o reflexo penoso de um sujeito acabado.

O perfume da invisibilidade

Invisivelmente o tempo submerge ao redor de
Uma surpreendente fluorescência quase, quase irreal
Banal, tão banal a manhã traja uma prece mui consensual
 
Invisivelmente cada hora propaga-se num milésimo segundo real
Sua plenitude amara juntinho àquela lágrima infeliz e substancial

O que fazes aí...

O que fazes aí…sentada cabisbaixa tristonha e solitária
A manhã nasceu e ainda inacabada além fenece sedentária
Triste, tão triste se tornou qualquer emoção prantiva e consternada
 
O que fazes aí…olhando para o tempo oscilando num tsunami
De lamentações poéticas desassossegadas e absurdamente sumárias
Deixa que alma penetre do âmago das melancolias mais prioritárias
 
O que fazes aí…esquecida num centímetro de silêncios tão usurários

Humanos

Nota mais baixa
Desde teste humanitário
Sou a desventura em serie e a triste promessa ?
Mundo de Deus , mas quem a farra organiza é Satanás
Sou humano de coragem pequena e de armas nulas !
Devagar vou abrandar
Meus demônios que pedem desenvolvimento ...
Não estou contemplado na lista dos blindados
Dos tesouros nacionais
Nem na ala dos privilegiados .
Nem serei alistado soldado para tal batalha viver
Nessa guerra corrente
Que extirpa o coração indelicadamente
Eu queria ser menino e permanecer

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