Soneto

Soneto de Amizade

Se te alegro com o que eu escrevo,

Me presenteie com um sorriso

Para que eu sinta que te devo

Abraçar-te em meu juízo.

 

Cada palavra que te deixo

Certa lembrança tua exijo;

Sincera, doce como um beijo

Que toca o coração mais rijo.

 

Tomara, sejas sempre alegre

Mesmo com meus textos mais tristes!

E minha caneta exubere

 

Esses momentos tão sublimes

De nosso encontro inusitado

De tanto amor inesperado.

SAUDADE

ANDEI PELOS CAMINHOS DA SAUDADE.

TRILHEI TODOS OS CANTOS DO PASSADO,

NA BUSCA DE ANTIGAS EMOÇÕES,

NO RASTO DE CALOROSAS SENSAÇOES. 

 

QUIS VER SE  O CÉU AINDA ERA TÃO ESTRELADO !

SE AS AVES MANTINHAM A MELODIA.

SE O JASMIM AINDA ERA PERFUMADO

E SE A FONTE,  CANTAVA MELANCOLIA !

 

VAGUEEI POR LUGARES JÁ ESQUECIDOS !

VI VÃS CONVULSÕES DE  APAIXONADA !

E, DELÍRIOS TONTOS DA MOCIDADE.

 

E VOLTEI À LUZ DA REALIDADE.

PERCEBI QUE O PASSADO É QUIMERA !

ENTARDECER

            ENTARDECER

 

    COMO É BELO ESTE CALMO ENTARDECER!

    INUNDA  A ALMA DE PAZ, DE BRANDURA!

    DESPERTA-ME EMOÇOES D' ENTERNECER,

    PÕE NA ALMA, DESEJO DE CANDURA.

 

    AO LONGE, NO HORIZONTE AFOGUEADO,

    VEJO SAFIRAS, RUBIS A LUZIR!

    A PÉROLA D' AMBAR EM TOM DOURADO,

    SUBTILMENTE SE ESCONDE, QUER FUGIR.

 

    A BRISA INDELÉVEL M' ACARICIA,

    E ME ENVOLVE D' AMOR DE FANTASIA!

    É SONHO, REALIDADE... ENTRELAÇADOS!

 

GAIVOTA

           GAIVOTA

 

   UMA GAIVOTA PRENDEU MEU OLHAR,

   COM O SEU VOO, PAIRANDO NO AR.

   FLUTUA AO VENTO, SEM MEDO DO MAR.

   ONDEIA SERENA, EM SEU BALANÇAR.

 

   FOSSE EU GAIVOTA, SOUBESSE VOAR!

   BAILAR SOBRE ONDAS, REVOLTAS DO MAR,

   NA ESPUMA BRANCA DAS ONDAS, LAVAR

   AS FERIDAS. E MÁGOAS AFOGAR.

 

   MAS NAO TENHO ASAS! NÃO SEI VOAR!...

   CINJO-ME À VIDA QUE DEUS ME QUIS DAR.

   QUE SORTE TIVE! TRÊS FILHAS P'RA AMAR!...

   

   NÃO PAIRO SOBRE ONDAS DE MAR ABERTO.

Ser humano

Bem que se quis sonhar

Ter liberdade,para amar.

Caminhar em  nuvens.

 

Não precisar se indispor 

Nem calar a voz que o proibe.

Gritar, o seu grito de amor!

 

Mas quis tu nascer assim?

Nem pediu, nem desejou?

sei que não gostou! Mas viver..é em mim...

 Felicidade! E pra ti,que seria viver?

 

Não importa se és, o que não quer ser!

Nem se te escondes, para ninguém ver!

Importante pra mim é, que és um ser.

Humano, como deve ser.

 

arlete klens

Invernias

Invernias

O sol não se apresenta há alguns dias,
Tornando mais tristes os quadros cinzas;
Na tela, o frio e a chuva são as pinças
Que naufragam as frágeis euforias.

Os terrenos sucumbem à pujança
Das águas que já não podem reter;
As verdes ervas, seguem a crescer,
Contra ciclo que brilha de esperança.

Às débeis aves faltam as sementes,
Aos mamíferos faltam os abrigos,
Aos homens sobram horas pacientes...

Pedira a Jeová e deu-me Üa Arte

Pedira a Jeová e deu-me üa Arte,
Do qual muitos vêm desacreditar;
Se a mim pertence grandíloco poetar,
Sabe matriz que ergueu meu norte.

Como sabem meus Céus e Marte
Que tudo tem dado com pouco faltar
Ó tu, que ainda dúvidas até no altar
De mim serás crente logo que parte...

Vede nos olhos meus a arte minha;
Que os Céus cravaram no coração,
Meu; e vamos regando dia-à-dia !

Plagiando o verbo d'alma na dedição,
Fui conjugando arte que eu pedia;
Foram meus dias, mas poesia tinha

“Cheguei Tardio”

No rosto cultivo, marcas que a vida disse;

Leitos húmidos, d’amor em águas puras

- Mas porquê, em tal rosto, cor tão triste?

- É o tempo, ó dor, que muito curas…

 

Choro sim, ainda, as lágrimas que chorei

Lavrando mais fundo, a causa, ou razão

Dos cem anos que não nasci, tarde cheguei

Para te abraçar, dos lábios ao coração...

 

Pois que cheguei, tarde, para te ver

Mais tarde, na tarde que te fui conhecer

E em teus braços abertos, choro essa dor

 

Cheguei tardio, a beijos incertos

Pages