Tristeza

O vermelho nosso de todo mês

Hoje o dia amanheceu vermelho 
Imediatamente pensei em você 
Hoje o dia amanheceu vermelho 
Pensei nas possibilidades evitadas 
Hoje o dia amanheceu vermelho 
Eu só queria um beijo seu
Hoje o dia amanheceu vermelho 
Pensei no meu amor por você 
Hoje o dia amanheceu vermelho
Estou com tanta dor que mal consigo escrever
Hoje o dia amanheceu vermelho
Em meio às lágrimas estou a me contorcer
Pq hoje o dia amanheceu vermelho

Vergonha...

Vergonha.

 

É o que nos mantém na nossa bolha.

Não damos ao cérebro escolha.

Preenchemos e apanhamos o lápis deixado na folha, por essa vergonha.

 

Sentimento que te inibe de fazer ações que mais tarde viram frustrações.

Desde que nasceste, tem-los no sítio.

Para tudo tu tens colhões.

Despreza destrutivas, sem estima, opiniões de quem acha que te vê de cima.

 

Opõe-te ás gerais opiniões.

 

Puxa por esses amigos que só cedem a pressões.

 

Puxam o autoclismo ás frustrações…

Teus Olhos

             Teus olhos tristes  me  fitam

             Olhares se cruzam e, perguntam

             Tristes e ternos o que dizem

              Mas... não respondem

                       ****

               Eles falam por sí

              Os meus pescrutam em frenesi

             Os teus calmos e tristes

              Quando foi que sorristes

 

      Nereide

" Memórias entranhadas..."

   O maldito sonho está a interferir. Consigo vê-lo nas ocasionais mudanças bruscas de posição na cama ( como se tentasse arrancar-me as memórias num devaneio do passado ) e no meu coração agitado. O sol, já martela as pedras da calçada, olho por cima do ombro, por uns instantes, enquanto o Céu me atinge como uma cacofonia ( nome dado para a junção de vários sons discordantes e desafinados ) na melodias relutante do canto da primeira ave...

Minha vida em versos

Sonhos de criança

pensados na infância

perdidos na estância

mas não na esperança

 

Assistir televisão

não podia não

um vigiaja

e depois revezava

 

Bicicleta dividida para três

não tinha como brincar

nunca chegava minha vez

e nada podia falar

 

Parque de diversão

que grande emoção

alegria no coração

mas não era sempre não

 

Solange Pansieri

 

Meu pai

Num certo momento

perdeu os movimentos

restou alguns pensamentos

e gestos para entendimentos

 

De coisas que queria

de cede que sentia

das lágrimas que caia

da vida que acabaria

 

Quis ser cremado

pelo cancer avançado

ser todo queimado

o que tinha o dilacerado

 

O tempo não tem piedade

de repente vem tempestade

temos que engolir a realidade

mesmo sem ter vontade

Solange Pansieri

 

Meu pai

Um aquário construira

e com os peixes se divertia

quando a saúde permitia

era assim todo dia  

 

Uma doença escondia

muitas dores sentia

mas sempre fingia

que saúde ele tinha

 

Até que um dia

a dor não suportaria

e toda família

ficaram de vigília

 

Muito carinho recebia

nas horas de agonia

dos últimos dias

até que partiria

 

Solange Pansieri

 

Pages