pombos

Um casal como pombos fazem ruídos de amor

Perto da praça dos pneus há uma linda igreja

adornada de dogmas e bancos vazios

Nela os noivos fazem uma festa

a noiva chora nem a metade dos convidados foram

Chora e a comida estraga

Chora pela falta de apreço que não tem preço

Um poeta no meio dos convidados levanta a mão

E pede para recitar um poema de amor para os nubentes

ela aceita surpresa

O poeta fala uma linda canção

A noiva chora, já não se lembra dos convidados ausentes

O apresso não tem preço

reino dos homens

Reino dos Homens

 

 

Eras a fio a alma pálida contempla

sempre alguém que sofre

Falta de pão

Falta de amor verdadeiro

Falta um líder não ganancioso

Falta de um bom companheiro.

De longe um caminhão empoeirado

Desse dele um poeta que atira a esmo

Palavras que formam uma poeira amarela

Seu olhar vingativo é muito certeiro

Meu Deus eu já fui um bebe de pele macia

Agora atiro no tempo

esperamos que o cheiro da pólvora entre em nossas narinas

já tentou varrer a areia da praia

Você já tentou varrer a areia da praia?
Já ficou no escuro ouvindo o canto da cigarra?
Já ficou no espelho rindo sozinho da sua cara?
Já dormiu sem ninguém num canto de rodoviária?
Já dormiu com alguém por migalha?
Você já tentou varrer a areia da praia?

Você já tentou varrer a areia da praia?
Já perdeu a hora quando o tempo para?
Já gritou uma palavra até perder a fala?
Já colocou todas as roupas do armário na mala?
A sua casa já desmoronou no meio da sala?
Você já tentou varrer a areia da praia?

rio de sangue

Rio de sangue

 

Não me colocaram em nenhum   de seus planos

Vontade de destruir casa de vidro e de barro  A sua casa já desmoronou no meio da sala?

Você já tentou varrer a areia de água negra? Vontade de destruir casa de tijolo, que me foi negada  Já ficou no escuro ouvindo o canto da cigarra?

Esse rio Tinto, tal qual o Nilo quando foi tingido

Esse vermelho era feito de bala

torto arado

 

 

 Torto arado

 

Cabo de marfim fincado no solo, cheiro legitimo de terra

Mato verde nas narinas, caminho até a escola

Essas letras no quadro verde, lousa verde, casa de cor verde Não narram minha história.

Quilombos, quilombolas, quilombos, quilombos

Prefiro sentir no corpo as lições que a vida da Essa terra úmida pede para parir.

inocentes

Inocentes

 

 

Fui educado a ser tão utilitário

Que pareço ter prazo de validade

Correndo por tuneis de iluminação azulada

Quando minha cabeça rolar pelo mundo junto aos copos descartáveis

E cair na sarjeta vou lembrar vida vagabunda do vago mundo.

Já não importa o que importa é que você está bem, nem que seja por poucos segundos.

É inútil conter a enxurrada de trecos com uma única mão, deixe tudo rolar pelo mundo antes que cai sobre você.

Gótico

Gótico

 

No silêncio da noite

Noite soberana

Casta viúva passeia pelas penumbras de sua memória

sombras dançam, entre velhos e novos  o eco lamenta

Ela veste preto, um vestido longo vitoriano

Um vento gélido sussurra segredos antigos, E nas janelas quebradas, a lua se mostra cheia.

Um castelo em ruínas, erguido pelo tempo, Guardião de histórias sombrias, segredos de lamento, nas muralhas de pedra, ecoam tormentos.

CLANDESTINO

Itaperuna-RJ                   19/05/2024 
 
Até a essa distância esse amor me persegue...
Num pensamento que trago...
Nesse sentimento que carrego e do qual não consigo me soltar!
Numa paixão ao qual me entrego e deixo me levar!
Mas o que seriam algumas milhas para um sentimento que não vê distâncias,
Barreiras, limites, e que persiste mesmo sem correspondência?!
E que segue indo além...

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