Quero

Quero que todas as crianças tenham asas para voar, quero que todas as lágrimas se transformem em sorrisos.

Quero que todos os homens caminhem lado a lado sem deixar ninguém para trás, quero pensar naqueles que envelhecem comigo e naqueles que, estando longe, estão sempre presentes.

Quero que todos os homens sintam o sol e o mar, quero que todos sintam a chuva e o vento, quero que todos oiçam o cantar de todas as aves.

Quero que todos sejam livres para pensar em voz alta.

Gosto de andar por aí...

Eu gosto de andar por aí, sossegado,

a sentir de perto o desassossego...

misturado no meio da multidão,

incógnito, invisivél, perdido

e afastado de mim,

em busca de algum sentido

Saberei eu, algum dia, encontrar o meu caminho de volta?

Eu gosto de andar por aí,

em todo o lado e em lado nenhum

a escutar os silêncios do mundo...

Nessa marcha ensurdedora

junto os meus gritos aos gritos dos outros,

abafando os gritos roucos que veêm do fundo

Conseguirei eu, algum dia, perceber a minha revolta?

manto do tempo

é um manto que cobre, devagarinho, como o tempo que passa, empata!

 

É o deixa passar!

Um passatempo,

Manto que encobre,

Que remata!

Cobre!

Devagarinho,

como que sendo um desalinho,

O mesmo que esperar!

Tempo?

Que se descobre,

Passa, doi feito espinho!

Empata!

 

É passatempo,

Um passar,

Que remata!

Manto cobre,

Como desalinho:

Tempo?

Descobre,

Passa, esperar!

Espinho,

Empata!

à sorte

 vamos flutuando sem rumo, à sorte,falta largar as amarras do caminho!

 

Vamos, assim, como que andando,

Flutuando!

Sem medo?

Rumo?

À espera do mesmo enredo!

Sorte?

Falta o prumo!

Largar!

As intermitências da sorte:

Amarras?

Do gesto nos agarras!

Caminho!

 

Vamos flutuando!

Sem rumo?

Largar andando!

Prumo?

Sorte!

Amarras,

Caminho agarras!

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