A MINHA VÓ

      A MINHA VÓ

A minha vó, montou na bicicleta,

E correu em linha reta;

Da Bahia ao Ceará.

A minha vó, não lavou nem sovaco,

Com catinga de macaco

E inhaca de gambá.

A minha vó, chegou muito cansada,

De tanta pedalada,

Tão suada de dar dó,

A minha vó, é muito  assanhada,

Ela não perde uma balada,

É cachaça no gogó.

A minha vó, é muito engraçada,

Ela faz pra criançada,

armadilha de cipó.

A meninada fica toda amarrada,

Minha vó dá gargalhada,

É TEMPO...

O tempo não espera, nem se atrasa,
Não circunda, nem olha para trás,
Não se deixa importunar por nada,
Nem sequer por um pássaro que feriu sua asa.

O tempo é cego, é louco,
Deixa de lado quem fica,
Não quer saber de quem pára,
Nem sequer de quem amou pouco.

O tempo não é triste nem contente,
É apenas algo que corre, que não espera nem e atrasa,
É apenas o tempo, que não se importuna por nada,
É apenas o tempo, não sente.

Amizade

A verdadeira amizade cria um laço.
E mesmo quando, por circunstâncias da vida, a presença na vida do outro dá lugar à ausência, tal é apenas uma contingência espacio-temporal que não afeta os sentidos.
E no momento em que nos reencontramos no mesmo tempo e no mesmo espaço sente-se a mesma proximidade;
A mesma vontade de estar e de compartilhar;
A mesma empatia;
O mesmo sentir que estamos aqui, juntos, para tudo o que for preciso.
É como se a amizade fosse algo que se guarda num cofre cujo código só os amigos conhecem...

Pantheismo, ao estilo de Empédocles

Númerosos são os fogos que queimam debaixo da terra profunda

Racham a superfície - com plutónicas lágrimas.

Em suas feridas os mares se instalam

Sim, repousa no maro suor da terra.

E dos sais cristalizados pelos raios de Sol,

Se formou a verdura, entre terra e água.

 

Como é bela aquela flor sem pernas,

Cresce pequenina margarida, cresce,

Que o desequilíbrio criador das épocas do ano

Trará em ti o sentimento da multiplicidade

Pois tuas pétalas quererão ser elas próprias.

 

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