ILUSÃO DE UM POEMA RASGADO

ILUSÃO DE UM POEMA RASGADO

(Quanto tempo fica para te reescrever.....)

Neste deserto de frases moribundas,
em dunas de letras que se amontoam
ao sabor do vento alucinado.
No calor das palavras fecundas,
a dor se cala e as frases não soam,
abafadas no silêncio amortalhado.

(Num apelo escrevo para sentir e reviver.....)

BEIJO

Atrai-me o sol da manhã
Quando entra pela janela
Inundando o nosso quarto
De tantos prismas coloridos
Nos ecos de todas as cores
Pintadas a mão numa aquarela
Tela onde pinto que amo-te
Nos versos que eu já fiz
Para ti de várias cores
Por não suportar ver-te infeliz
E num beijo que arrepia
Que deixas no meu pescoço
Percorre sutilmente a espinha
Sem pressa todo o meu corpo
Arremesso em desejo no meu ser
Beijo dado tatuado no meu corpo
Do teu amor que me ofereces

NEVE DE PLUMAS

A minha cama é de plumas brancas
Na ardósia da serra branca de neve
O vento rasga-nos a alma lá em cima
Trememos de medo, de frio, só se ouve
O assobio do vento ou será o uivo do lobo
Perdidos nas fragas do nosso tormento
Apaga-nos o medo, a solidão, o cansaço
E as nossas noites tornam-se longas
Nas memórias que nos assaltam a mente
Rosas que se deixam morrer no jardim
Que se desfolham no vento caídas no chão
Das noites de tempestades já tão nossas.

 

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