Áureas angélicas...

Sou em Ti...
A respiração ofegante,
Sou em Ti...
A rebentação constante do mar,
Sou em Ti...
O leve toque do meu corpo,
Sou em Ti...
O doce desejo escondido do prazer.

És em mim...
A mão que acaricia o meu peito desnudado,
És em mim...
A boca que navega em minha pele,
És em mim...
O perfume de flores silvrestres,
És em mim...
A alucinação que invade o meu espírito.

Almas gémeas...

Amantes em êxtase, cúmplices em seus silêncios...
Trocam confidencias, segredos...loucuras!
Percorrem montes e vales...
Na poesia acesa na ponta dos dedos.
Entrelaçam-se em sensações vertiginosas,
em seus corpos e nas suas almas...
Explosões flamejantes dos sentidos
Perdem-se no olhar lunar um do outro,
no perfume inebriante dos seus corpos...
Libertam o fogo incandescente do desejo.
Dançam ao vento...
Palavras que imobilizam o tempo,
que devoram a distância.

Seremos assim...tão diferentes?

Vivemos numa sociedade que se rege por
Padrões demasiado rígidos e pouco flexíveis.
Coabitamos constantemente com o preconceito.
Quanto à raça, opção sexual, religião e factores sociais.
Teremos nós direito à diferença?
Seremos verdadeiramente diferentes?
Peças excedentes?
Quebra cabeças imperfeitos?
Com que autoridade, julgamos e condenamos nós
Os nossos semelhantes?
Seres que apenas têm cor e opções diferentes,
indivíduos que deram passos errados,

Sonhos

A noite cai...
Luar...Silêncio...
Envolvo-me no mundo dos sonhos e fantasias,
Onde tudo pode acontecer!
Falo com as estrelas,
peço-lhes a sua companhia.
E nesse mesmo instante,
O céu despe-se só para me reconfortar.
Sinto o estremecer do tempo.
Transportada para além do cosmos.
Vento percorre o meu Ser,
Funde-se aos meus sentimentos mais secretos.
Fortaleço a minha alma meu espírito,
Enquanto a natureza me abraça.

Onde nada míngua

Bem parece um monte de imagens sem substâncias

Quando nesta noite dependurada lutamos a brincar.

Princesas da sutileza, reis e tronos,

Eu, um louco com quebras na língua,

Ela, uma bruxa meninota miúda às danças

Para matizes e alguns cheiros de risos

Na esperança a vir a nós andeja correndo.

Agarra-nos pelos braços,

Esquecemos que quando nascemos experimentamos isto,

Só que ao avesso ficamos,

Versos somos.

Cante para o imóvel

Façamo-lo vibrar e tremer,

Fecho a porta, e sonho

Fecho a porta.
No meio deste cubículo,
Sonho.
Sonhar é melhor que viver…
Não – que incoerência!
Sonhar também é viver,
A única forma de viver que conheço,
A única forma como sei viver.
 
Então no meio do cubículo
Permaneço.
Fito as figuras de mim
Serem quem sonham ser.
Fito-as, e só eu as posso ver.
Ninguém que aqui entrasse
As conseguiria ver,

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