Encruzilhadas
Autor: Diana Santos on Sunday, 5 June 2016Chega uma altura na vida
Em que de repente meditamos
Sobre a inquietude sentida,
Naquilo em que acreditamos.
Chega uma altura na vida
Em que de repente meditamos
Sobre a inquietude sentida,
Naquilo em que acreditamos.
Acabo numa solidão, sem ti eu fico abandonado.
Acabo numa solidão, sem ti eu fico.
Acabo numa solidão, sem ti.
Acabo numa solidão.
Acabo numa saudade.
Recomeço.
Recomeço numa liberdade.
Recomeço numa liberdade, sem ti.
Recomeço numa liberdade, sem ti eu fico.
Recomeço numa liberdade, sem ti eu fico livre.
Quando vês, já mudou,
Quando ouves, já passou.
Quando sentes, já não dói.
Quando queres, acabou.
Quantas vezes tem quer ser?
Tantas vezes, eu não queria.
Quando vemos que morrer,
É viver sem alegria.
Sentimento de mudança,
Senti medo de partir.
Sem ti cedo à insegurança,
Sofrimento de existir.
«Tic tac…tic tac…tic tac…ansiedade…ataques de pânico…agorafobia…agora sobraram os ossos pois a carne ninguém queria…não queriam mas até lamberam os dedos…continua o sexo trântico com o meu caderno…oferecido por um ilhéu da Terra das Baleias…este suporta a quimera da minha teia…é meu…é meu…o caderno é meu…ninguém lhe pode tocar…lembra me de bons velhos tempos passados na metrópole…serve para extrapolarem aquilo que
os apelos de quem explora uma estrutura que o preenche com dísticos de polidez que o elevem acima da destreza simiesca e que colaborem na solução de equações em páginas que o fogo arrase quando há facécias a burlar os ciclos da poesia.
a ligação dos antros às brigas populares, o sistema prático de entender os idiomas que vão e vêm em cantilenas supérfluas, o devaneio antropológico de transferir os conflitos para outros lugares.
a vileza decompõe-se quando o desvairo acusa a solidão: nela cabe toda a original pose do criminoso gravada nas telas por pintores libertinos e a gritaria dos vagabundos adoidados prevaricando nas ruas desmaiadas.
fui ator numa peça que eu inventei com a exuberância dos meus costumes e a aura dum obreiro infantil que torcia os seus dilemas até o barco naufragar.
o agrupamento das ideias num único túnel que confine o seu tráfego a uma fila de vocábulos deslocando o infortúnio; a invenção de tonalidades que convertam estas ideias numa paisagem intrínseca.