Primavera

Hoje sonhei com uma quimera.

As cores da morte são nuas como minha alma.

O som que ecoa só pode ser sentido em minha pele.

Todos os olhares condolentes me matam junto com quem se foi.

 

Eu preciso de um lugar para me ajoelhar.

Eu quero voltar a ser pequeno,

Tão quanto as flores ao redor do seu túmulo.

Eu tenho medo do meu nome.

O vento sussurra nomes estranhos

Silêncios vespertinos

Medra o rumor das águas
 
enquanto por ti caminho
 
vespertino
 
diluindo as escuridões do mundo
 
rompendo pela alva
 
tão copiosamente
 
revelando-te os segredos
 
num punhado de versos inacabados
 
 
Conciliei minhas orações
 
repetindo-te a existência inédita
 
dos nossos seres religiosamente
 

Pages