Preso

Sinto-me preso
Encarcerado em ciclos viciosos
De masturbação compulsiva
E bebedeira descontrolada
Entalado entre pensamentos impuros
Que circulam entre o misogenismo
E a pedofilia
Rodeado por grades
Que me fazem transitar
Entre a sanidade e a loucura,
A tristeza e a alegria,
O gosto pela vida e a ânsia pela morte
A culpa por tudo é grande,
Mas as tentações cedidas pelo diabo
E pelos que com ele corroboram
É cem vezes maior
E o meu génio fraco
Faz com que ceda a tudo,

Boteco

Santos botecos,
de bebidas purificadas
abençoadas a devotos dedicados
rogo, em breves ou longas paradas,
aumentar, pequenas emoções .
toda sexta, penitência
todo clima nas mesas envelhecidas,
talvez a luz de velas ,
pequenas doses, degustar
que nos abençoe a luz do luar !
nos botecos, dos becos de Minas Gerais,
que eu conheci e nunca esqueci !
para celebrar o gosto sincero da amizade
fazer de todo momento,
do mais simples, o perfeito
e toda essa peregrinação

PORMENORES

 

 

 

quando desço a íngreme rua

deparo-me com pessoas sem pressa

e cães a latir

para meus passos coerentes

 

observo casas de pintura antiga

e muros soberbos

que restringem sua liberdade

 

passo por bares convulsos

-de ares festivos

e cumprimento moças adolescentes

carregando filhos precoces

 

mas ao retornar pelo mesmo caminho

(munido de sacolas de compras

e do jornal do dia)

subo –distraído- a custosa ladeira

Pages