Sexta-feira treze e o dia de São Valentim

Na sexta feira treze e no dia de São Valentim
Não se viu grande coisa nem se viu manatim
Somente pássaros a chilrear no seu ninho construído firmemente
O pólen das flores a voar e nas poças de água pousar levemente
 
Hoje, lá fora, a gaiatada às escondidas atrás do portão
Que no meio da noite não se confunde com corujão.
Ontem, cá dentro, a saudade de uma juventude
Sentada à espera de uma mudança que mude
 
O Senhor Custódio continua a vender as gomas

Estas mãos que sentem...

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As mãos que afagam
podem ser as que afogam;

As mãos que glorificam
podem ser as que sacrificam;

As mãos que cumprimentam
podem ser as que atentam;

As mãos que assinam a paz
podem esconder intenções más...

Ah, estas mãos que escrevem agora
podem viver num corpo que implora

por uma pobre alma que chora!...

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04.12.2010, Henricabilio

O céu chorou

Vacilei no dia
 
enquanto esperava
 
só amar-te em cada detalhe
 
aperfeiçoado em dádivas
 
que o corpo suplicante mordia
 
 
Embrenhei-me em ti
 
acossado exepcionalmente
 
ao mudo verso que penetra
 
provocante em tuas searas
 
padecidas
 
machucadas
 
que desta luz mortiça

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