Espelho

Autor: Alberto Cuddel on Saturday, 25 April 2015
Espelho,
Tocasse eu o reflexo do teu corpo
Na gélida margem da realidade
Fizesse eu tarde do teu leito
Contorcionismo arqueado do teu ser,
Lençóis fumegantemente perfumados,
Perfume do amor em nossos corpos!
Fosses imagem reflectida,
Desejo espelhado no sonho
Realidade ansiada, simétrica de ti
Toque na alma sedenta, havida
Do querer possuir em ti
A fonte do prazer supremo
Realização do amor

Arte de sedução

Autor: Alberto Cuddel on Saturday, 25 April 2015
Na pura e singela arte, 
Me trazes na ilusão, 
Que te seduzo com palavras,
Mas é teu meu coração! 
 
Na louca levada, 
Em que pegada quisera, 
Não foi flor, não foi quimera, 
Foi um olhar, um toque, 
Foi um beijo,
Um rolar, 
Um desejo,
Um amar, 
Um possuir, 
Um não parar, 
Um movimento, 
Um crescer, 
Mãos delirantes, 
Abraçadas no nada, 

UMA FLOR CAIU

Autor: Madalena on Friday, 24 April 2015

                      UMA FLOR CAIU

Olho  uma flor que  cai...

Ela não queria cair.

   Olho um amor que se vai...

Ele não queria ir.

   Olho a vida passando...

Peço pra chegar.

   Ela já chegou,

Precisa passar.

    A chuva cai...

Ela não queria  cair.

  Ela queria descer.

  Descer; como se desce uma escada;

Mas, a ordem é para cair...

E deixar a cidade alagada.

   Você quer que o amor fica;

Mas, ele se vai...

Você quer que o amor fique de pé;

Mas, ele cai.

Em vigília

Autor: Frederico De Castro on Friday, 24 April 2015
Quis sentir
 
o gosto apaladado
 
nesse teu jeito voluntário
 
com que me embriagas espontânea
 
tão plena e solidária
 
 
Quis repartir
 
dois tempos de mim
 
em breves momentos em que
 
me cinjo aleatório aos teus
 
mágicos sorrisos
 
que me ofertas
 
em pedaços solitários de amor

Fascinate

Autor: Arlete Klens on Thursday, 23 April 2015
 
 
Fascinante olhos tem um ser.
Talvez Deus tão desejoso de lhe ver.
Postou nela mais do amor que deve ter.
Não existe tão igual na natureza
De tão perfeita beleza!
Tem pele macia.
Mãos de fada
Comparada a uma santa!
Pode as vezes ser safada.
Ser astuta quando quer
Tem o corpo desejoso.
É mulher!
 
Arlete KLENS​

Sexta-feira treze e o dia de São Valentim

Autor: Paulo Sousa on Thursday, 23 April 2015
Na sexta feira treze e no dia de São Valentim
Não se viu grande coisa nem se viu manatim
Somente pássaros a chilrear no seu ninho construído firmemente
O pólen das flores a voar e nas poças de água pousar levemente
 
Hoje, lá fora, a gaiatada às escondidas atrás do portão
Que no meio da noite não se confunde com corujão.
Ontem, cá dentro, a saudade de uma juventude
Sentada à espera de uma mudança que mude
 
O Senhor Custódio continua a vender as gomas

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