Coube a mim

Coube a mim essa
 
porção de saudade
 
colhida em unanimidade
 
quando sustento e personifico
 
teus beijos em rasgos de amor
 
e voracidade
 
 
Amadureci a paciência
 
que tempero noite e dia
 
mal se deite a lua por teus
 
raios empolgada
 
Coube a mim
 
imaginar-te assim

Queda,

Altivez quebrada no sentir da alma,
Queda anunciada, flecha quebrada,
Homem feito, de coração desfeito,
Aninhado na sua pequenez, rafeiro
Quebrado feitiço, que no mantinha de pé
Veles tenebrosos, na solidão do sentir
Galopante desespero, sem o afoito medo
Fingi ser grande, no pequeno que sou
Palavra fingida, sentida na alma
Querer fugir, não saber por onde ir
Quer ficar, parado assim aninhado
Colo que espera, desespero do ser,

Desejo

O desejo cresce em mim,
Qual noite ao por do sol...
Sem dar conta, sem saber...
Os raios espraiados,
Por essa praia...
 
Quero-te...
Rumar sem destino,
Por entre encontros de paixão ardentes...
Sentindo o calor tocar nossas faces...
Olhar abraçados o vermelho solar de abandono...
O nascer da escuridão...
Rasgado pelo brilhante luar desse misterioso corpo celeste...
 
Quero-te, a ti mulher...

Barco

Começo por sofrer de ter visões e não as tenho.

Visagens, viagens, vertigens, passam. Por que não?

Coisas e terras que antes não me havia passado,

Nem pelo meu lado de fora.

Afinal, o que se passa quando por acaso algo por alguém passa?

REFLEXÃO

Talvez, por vezes, possamos preferir a companhia de um livro, em vez da presença de um ser humano. É que, sempre que queremos ou precisamos estudar, ou ainda simplesmente ler, podemos, de forma fácil, abrir um livro, ao passo que não se pode garantir que um ser humano seja sempre um livro aberto.

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