O poder do silêncio

Talvez
 
escreva ainda mil versos,
 
deselegantes,cabisbaixos
 
imunes a tantas estrofes sem rima
 
seja rude nas palavras desditas,
 
mas nunca deixarei
 
que o nosso destino almejado sofra desvios
 
no seu curso...
 
porque sei como descortinar
 
toda a vida paciente
 
sem prazos
 
imprevista

Ainda Ontem Eu Disse Que Odiava, Hoje Eu Amei Te Amar.

Ainda ontem planejei um pódio honrado.
(Hoje escorreguei no primeiro plástico barato!...)
 
Ainda ontem, vi as migalhas, sentei, alimentei os pombos,
(Hoje não vejo mais nada, além dos escombros...)
 
Ainda ontem...
Ainda ontem parei pra pensar. Pensei em parar. 
(Hoje na mente, só penso em continuar!...)
 
Ainda ontem disse que odiava.
Disse que não ia mais voltar.

Forte Como Morfina, Linda Como Menina

Nas minhas veias correm sangues revolucionários
Que nem sei de onde herdei 
Pra nascer com esses planos,
E retirá-los do meu próprio imaginário!... 
 
Na minha visão, cavalga um cavalo.
No meu coração, mora um vício. 
Na minha palavra, percorre resina.
Forte como Morfina!
Linda como menina!
Bem-vinda ao meu hospício...
 
22 . 01 . 2015

ECCE HOMO - POESIA * Antonio Cabral Filho - 1997

ECCE HOMO - POESIA, é o primeiro livro, publicado individualmente, por Antonio Cabral Filho, em 1997, e se constitui de poemas curtos, minimalistas, poemas-piadas, de cunho lirico-filosófico, bastante influenciado pela Poesia Marginal dos anos 70-80.

Pra ser amor...

- Pra ser amor... é ter que amar
 
sentir, sem ter que suportar
 
teus silêncios
 
satisfazer nossas almas
 
por vezes incomunicáveis
 
ter sentimentos repercutidos
 
nos ecos que revestem
 
nossos beijos insaciáveis
 
 
 
- Pra ser amor...
 
é ter que desembarcar
 
durante as noites longas

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