O diálogo do homem e a chuva
Autor: Reirazinho on Friday, 21 April 2023Final de semana chegando
vai à exasperação embora,
chega então o frio cortando
o gelo no ar de fora.
Final de semana chegando
vai à exasperação embora,
chega então o frio cortando
o gelo no ar de fora.
Busco um pouco de inspiração,
Aguardo na passagem das horas
Um pouco de linhas, de trovas.
A canção do silêncio canta alto,
Dialoga no desespero do nada:
A melodia do vazio passa, e mata.
Num reflexo dos meus livros
As páginas propõem a pensar,
Tudo inspira, tudo pro verso cantar.
Eu vivo num constante azedume
Onde o amor não me consome,
Aqui, sozinho preso no cume,
Aqui, a tristeza que não some.
A monocromia me descende,
No preto e branco postergo,
Sem cor nem luz que acende
Uma vida boa no meu termo.
Sou retrato sem o reflexo,
Notas de versos em branco,
Quem me vê fica perplexo
Lendo o poema jamais brando.
Chuvas de jujubas coloridas
para alegrar a vida de um planeta infantil
sonhos açucarados para acalmar tempestades hostis
bombas de chocolate, são anestésicos
curativo aos males do mundo adulto
suspiro branco , anjo bom a proteger toda infância
suspiro rosa, para não sair das lembranças
paredes de wafer, não protegem a invasão
as cercanias açucaradas
não há exército infantil que resista
ao mousse de chocolate ao cair da tarde.
Pedi a Deus que te criasse,
Que em mim fomentasse a sede divina:
Matar o desejo intransigente de ser mais do que fui um dia.
Sou. Só
Sem nunca estar sozinha.
Atuo escrevendo repetições,
de ideias, filosofias, sanções.
Antagonista da sinceridade,
vivo no mundo de máscaras,
ninguém nunca me viu;
e se viu, nunca me tocou.
Talvez tocado risadas,
talvez chorado na verdade,
olhou meus olhos e viu:
partiu pra outra retina.
Cegou-se de expectativa,
saiu do palco decepcionada,
eu: “mais uma sala lotada”.
Perdi-me no personagem,
sou depravado, sou poeta,
as reflexões rejeitam os nossos enlaces fétidos e as nossas querelas superficiais; restringem o descampado das nossas amarguras; convertem a nossa existência num evento proeminente.