o baú das transfusões
Autor: António Tê Santos on Friday, 3 March 2023divirto-me quando manifesto as minhas fantasias pueris;quando lembro as minhas transgressões aos valores insípidos do mundanismo; quando respiro o aroma da minha vasta liberdade.
divirto-me quando manifesto as minhas fantasias pueris;quando lembro as minhas transgressões aos valores insípidos do mundanismo; quando respiro o aroma da minha vasta liberdade.
Eu levo uma vida sem um tema inserido
tenho com homens de poder, pouco a compactuar
não sei em festa de semideuses com sorriso farto deliciar
meu silencio talvez não vá
suportar
espero todo deboche, todo desânimo
passar
levo a vida, mesmo com expectativas pequenas!
na morada nada excelsa que me agrada,
não é os gritos da janela que imagino decifrar
as dores daquela mãe prevejo
que ao seu menino também vão
chegar
Isso eu sei e ninguém veio
Informar
E sempre o mesmo enredo
Quero a esperteza de quem nunca errou na vida
saber que diacho esconde a caixa de Pandora
por que a penicilina causa tanta dor
e depois o alivio
me faz lembrar da vida
e que me disseram que a dor faz prosperar o amor
mas sei que ando desatento a vida
esqueci da carteira sem notas expressivas
em cada fase da vida já me inspirei num parceiro ou herói
de capa
de lata ou de asas
não herói estelar que era de ferro
pois era lento no passado !
em 2023 tenho que ser andróide
Foi num sonho que te vi
tão pequena e rosadinha.
Só então me apercebi
que um dia serias minha.
Quando o dia enfim chegou,
o dia de te conhecer,
logo aí o meu coração parou
para escutar o teu bater.
Tenho aprendido tanto,
Os transeuntes da cidade
residem no nomadismo,
vivem sem nenhuma face,
sem casa, sem comodismo.
Eremitas do urbano
transitam na passagem,
enxergam-me como insano,
morrerei sem dar viagem.
Admiro suas astúcias,
gostaria de explorar,
vivo apenas em minúcias,
e sem um todo pra estar.
Eu resido num hospício
chamado medo incessante,
é um crescente edifício
de um sentimento ignorante.
Órfão de signos
eu ando ametista
um sorriso encantador
polivalente na vida e sem rusga
perfume envolvente
que dá graças a paixão
que convoca o amor
para navegar por rios da graça
eu ando perfeccionista, intimista
minha flor
quero me dar bem com os teus lábios
que me fazem pirraça em apenas admirar
não, não escolhi a dor
escolhi a dificuldade de palmo em palmo
sem desistir
hoje é construção, depois construído
amanhã é escombro
na vilinha que ficou pra trás
oh mortais !