Preconceito

Um dos temas que me despertam o interesse é o preconceito. A natureza humana é curiosa, usamos de artifícios baseados em sua própria primazia para justificarmos nossas mazelas. Escravizamos o outro em nome de uma abstrata nobreza racial. Os colonizadores tinham sobre a ótica do mundo uma lupa, e essa lupa enxergava o outro como formiga, não só enxergava como a exauria com a ‘’luz da razão’’. O pretexto racionalista levou o homem tão romantizado pelas poesias e eras de ouro a cometer pérfidas atrocidades.

Quatro noites de um pessimista

O tormento é uma noite fria,
refrescante para a reflexão,
mas ardoroso como lava
que arde muito o coração.
É um bosque sem árvores,
é um pasto sem as vacas,
um vazio de grandes ideais
de melancolia boêmia.
A lua é a companhia,
a taça de vinho, o alicerce;
trechos de Plath ao vento
e a depressão nas linhas.

Isso tem que acabar.

OS OLHOS DE DEUS

 

 

 

 

As estrelas são os olhos de Deus?

 

Ou são órgãos do espaço celeste?

 

Por acaso de sua brancura emana

láctea nutrição?

 

Por acaso elas são acesas

por um famigerado acendedor?

 

Ou serão assim mesmo:

pérolas de marcante fomento?

 

Será que são flocos de marfim

dispersos no céu altaneiro

a nos guiar

em meio à névoa dos dias?

 

Sabemos? Sabemos de seus desígnios?

 

Fato é que elas estão sobre nós:

 

E no meio de tanta gente...

Silêncio e tanta gente, esquecida numa multidão de ecos imprecisos
Uma rima castrada apunhalada por silêncios macabros e narcisos
Ver esfumar-se na fronteira do tempo sessenta segundos tão indecisos
 
E no meio de tanta gente queda e muda, espatifam-se palavras moribundas
Deambulam pelo calabouço das horas impreterivelmente furibundas
Improvisam a indigência das memórias agrilhoadas às noites tão vagabundas
 
FC

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