O EXPRESSO DE RETIRO IV(ÚLTIMA PARADA)

As trompas magnéticas à sombra de um estandarte nebuloso...
A patrulha do amor e a locomotiva do Seu Eliezer; segue se quiser!
Criaturas cintilantes, místicas e míticas que rompam junto a aurora... 
rompam as pupilas sonolentas abrindo-se num entresonho!

O EXPRESSO DE RETIRO 3(ULTRAPASSANDO DOS LIMITES)

Passa um trem...
À caminho de um céu disposto, proposto, mar de almirante adiante, horizonte e além!
Brenhas de rotas imaginárias em altas horas binárias em seu sentido oposto e perdido!
Pegam retas curvilíneas que dão bem no meio do 'não sei onde'!

CESTO DE GATOS TRAVESSOS

 

 

 

que seja assim...

e me perdoem os pecados

e os percalços

dessa abrupta ousadia

que até à onça assusta

 

o azul é do céu

-do mar: ilhéus

e me comprazo em mim

como ladrilhos

preenchendo a pele dos répteis

 

sou do tempo

como uma gôndola é de Veneza

mas quer reze, quer pleiteie

não me ocorre outro amor

sortido como um cesto

de gatos travessos

 

 

Os caminhos

Viajei por BRs em noites com muito brilho das estrelas que iluminavam a ida e volta e as duas listras amarelas paralelas,

Alguns trechos tinham teu rosto agarrado a cada estrela.

Em muitos quilômetros teu nome esteve dentro de mim, flashes contínuos

enraizaram se dentro da memória, promessas que se tornaram vazias, profecias, rodovias que levavam a nada,

próteses ásperas dentro do coração

sussurros teus a visitar meus ouvidos

permaneci soldado à paisana, para não ser descoberto pela frieza longitudinal do seu corpo suave que era meu

Nas profundezas de um instante

No vasto abismo de silêncios hibernam sussurros tão prolépticos
São como latidos de um eco tão irreverentemente esquiço e epilético
O defenestrar de cada gota oceânica fluindo no algeroz dos uivos herméticos
 
Num instante cada instante colapsa incógnito efémero e complacente
Açucara a tempestade de palavras tão intemporais e prepotentes
Desenha o periélio de cumplicidades amarando entre maresias reverentes
 
Frederico de Castro

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