Prisioneiro dos teus Olhos
Autor: António Cardoso on Wednesday, 2 April 2014Não encontro o caminho,
Que me afasta de ti.
Não esqueço o motivo,
Que me faz estar aqui.
Não encontro o caminho,
Que me afasta de ti.
Não esqueço o motivo,
Que me faz estar aqui.
Foste por esse mundo fora,
Conheceste todo o mar.
Tudo conquistaste sem demora,
Como bagas amadurecidas pelo tempo
Tocando meus lábios com delicadeza
Serão teus beijos meu puro alimento, com certeza
E em tardes primaveris etéreo passatempo?!
Pelas rotas íngremes do meu coração
Serão teus beijos a mais viva chama
Em noites frias, à meia-luz na tua cama…
Acalentando a minha alma com emoção?!
Como um jardim ao radiar da aurora
Serão teus beijos luzentes de inspiração:
Gotas de orvalho escorrendo em minha língua com satisfação?!
Mataram, há cinquenta anos, os sonhos que insistiam no Calabouço.
Dura, fascista sentença que a gente do burgo proferiu,
após marchar para Deus.
Dura e fascista sentença contra um jovem que pecou
pela ingenuidade de acreditar e de sonhar outro País.
Dura sentença nazista que tal como zumbi do Mundo terceiro
ainda vive entre os covardes. Ainda vive entre os hipócritas,
sempre prontos a trocar a independência
pelas migalhas que a Elite lhes atira.
Ainda vive entre a canalha falsa moralista
Uma pessoa como tu
eu não quero perder,
és muito especial
ficas já a saber
O que sinto por
nunca senti por niguém,
nunca esqueci
ou troquei-te por alguém
O que está no coração
nunca se esquece,
a chama da paixão
ainda permanece
A tua pessoa
é um pólo de ternura,
por ti cometia
a maior loucura
Porque o amor
é algo a valorizar,
seria loucura
não te querer amar
Contigo perco
a noção do tempo,
contigo perco-me
no momento
Corres para mim e o tempo fica parado,
Ficas comigo e todo o tempo é bem passado.
Se te vais embora eu tenho que te ir buscar,
Ouve-se a harpa intocável da poesia Outonal
inclinada para o nada,
tenho saudades de nós,
da nossa primavera naquele banco distante.
Meus pássaros batem as asas
contra O milagre que tarda,
precisam dos teus ombros para repousar,
há tanto dentro para viver
e os meus pássaros teimam morder as cordas,
as fibras e os nervos toda a hora.
Dois corações famintos morrem