SE - Dueto: Graça Doutel/João Murty

DUETO - "Graça Doutel/João Murty"

SE,

Se eu fosse uma borboleta Azul
Poisaria em teus verdes campos
Brilhando como pirilampos...
Voaria rumo ao teu charmoso Sul!

Se eu fosse um selvagem Rio
Correria em tuas margens profundas
Plantando papoilas perfumadas
E em tua chama derreteria todo o meu frio!

Se eu fosse um Cometa no teu Universo
Deitaria minha cauda sobre tuas nuvens de cetim
E contigo viajaria à Lua numa caravela de marfim!

SAUDADE Dueto: Graça Doutel/João Murty

DUETO – Graça Doutel/João Murty

SAUDADE

A saudade caminha a meu lado
É sombra que não se apaga
Leva-me num cavalo alado
Pela floresta aziaga...

Corre o mundo em meus ombros
Atravessa o oceano amoroso
Repousa nos escombros
Do meu coração doloroso!

Não me deixa... Que sina!
Sussurra-me ao ouvido...
Fala-me da ruína.

Vai-te embora ó Saudade.
Porque fazes tanto alarido?
Que maldade

Graça Mendes Doutel
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ontem

Ontem
Sim, ontem
um anjo
falou e disse-me:
- Deixai que vos pergunte,
porque vos atormentais ?
- Podeis dizer que sou novo,
que sou ignorante,
mas estou só.
- Quereis que acredite ?
- isso creio.
- Mentis e enganais
mas vejo para além dos teus olhos,
e a tua felicidade
está para além do mar.

liberty

A relva
manto de veludo estendido
Burgueses - gordos sebentos
bebericam o sangue de Deus
Orgias, sob cúpulas douradas
Loucos
velhos avarentos
diversão de crianças
No declínio da noite
uma criança descalça
Almas sem valor
Uma ave
morte
dor
lágrimas
sofrimento
Olho o filme
. . . de repente
Uma porta
medo
uma luz, dia.

Preciosos diamantes

Como bagas amadurecidas pelo tempo
Tocando meus lábios com delicadeza
Serão teus beijos meu puro alimento, com certeza
E em tardes primaveris etéreo passatempo?!

Pelas rotas íngremes do meu coração
Serão teus beijos a mais viva chama
Em noites frias, à meia-luz na tua cama…
Acalentando a minha alma com emoção?!

Como um jardim ao radiar da aurora
Serão teus beijos luzentes de inspiração:
Gotas de orvalho escorrendo em minha língua com satisfação?!

Edson e o Calabouço

Mataram, há cinquenta anos, os sonhos que insistiam no Calabouço.

Dura, fascista sentença que a gente do burgo proferiu,

após marchar para Deus.

Dura e fascista sentença contra um jovem que pecou

pela ingenuidade de acreditar e de sonhar outro País.

Dura sentença nazista que tal como zumbi do Mundo terceiro

ainda vive entre os covardes. Ainda vive entre os hipócritas,

sempre prontos a trocar a independência

pelas migalhas que a Elite lhes atira.

Ainda vive entre a canalha falsa moralista

Identidade

"Identidade"
Poesias escritas à beira mar,
plantadas na minha imaginação,
um sabor a maresia ao luar,
fogo que arde em palavras no coração.
 
Infância revivida em segundos,
actualidade de hoje em dia,
um sonho à volta deste mundo,
esta veia poética espalhando tal fantasia.
 
Amor ardente numa flor perfumada,
chama imensa e desilusões,
voz possuindo minha alma,
história de paixão entre dois corações.

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