INSTANTE

    INSTANTE

 

Há um sopro de vida a cada instante.

Num ato de amor se cria uma vida !

Mas, um só instante é já o bastante,

Para que a vida esteja de partida.

 

Infância... Passageira...um instante...

Juventude...Que se vive de fugida.

Brota...logo se escoa, estonteante...

Na curva, já se vê o fim à vida.

 

Instante ! O mundo é devastação !

Inventa-se guerra...se ela convém !

Instante ! É dor...é a desolação !

 

Estamos bem. Plenos de inspiração !...

A casa da minha infância

Enraizada entre as serras de ar fresco e calmo,
acolhida por uma inspiradora seiva campestre,
canteiro odorante desabrochando um eterno salmo,
aconchegando o morador no dia mais agreste.
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Era a casinha de paredes caiadas e cobertas pelo amor...
De janelas brancas, abrigadas à beira do telhado,
de barra azul,  resistentes,  amparando qualquer dor,
reflectindo pelos vidros...  as rosas de tom rosado.

-
Os afectos desfrutavam  uma disposição apalaçada,

Nuvem Fria

Nuvem Fria

 

Veio uma nuvem fria e eu parti com ela

Ventos Nordeste me levaram a um vilarejo

Olhos atentos investigavam a minha chegada

Vi seios brancos numa janela entreaberta

Numa esquina parei, uma porta se abre

Bocas, olhos claros, batons vermelhos me convidam

Beijos molhados, sedentos, sem palavras audíveis

Unhas cravadas, cabelos soltos, roupa rasgada

Sou o desejo do corpo de alguém que me esperava

Salivas misturadas, líquidos, secreções que escorrem ardentes

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