VALSA DE STRAUSS

Somente uma vez no fervor da gala,
No mais tafui de todos os saraus,
Consente que eu dance contigo afoito
Uma valsa de Strauss.

Teus pretendentes, eu sei, já são oito
Como sei que são homens todos maus;
Ninguém quer só um beijo, num momento,
Dessa valsa de Strauss.

Eles te olham e eu ando contra o vento,
Perco-me na procela como as naus.
Ainda assim, sonho com teu sorriso
E co`a valsa de Strauss.

Pára

Quem te disse que quero continuar?
acordar?
porque insistes, puxas e me chamas?
ja sou somente o ser leve a querer ficar,
e ficando ser meu e o meu... ser eu apenas!
Deixa-me morrer em paz, sozinho.
Quero ficar aqui! Ouvir o silencio,
Sentir o vento fim no rosto sem gloria,
parar o tempo e findar a obra inacabada.
Ser aqui o fim escolhido do caminho adiado,
Colocar um final no projeto sonhado
e deixar para outros o resto da historia!

Mundo Primitivo Hoje

Mundo Primitivo Hoje

 

Fazer qualquer idiota feliz isso é fácil, fazer um homem intelectualizado feliz é impossível. Não vê como seu cachorrinho de estimação fica feliz quando ganha um osso novo.

 

Se você não entendeu o parágrafo acima é porque você se encaixa na classe dos idiotas felizes, portanto, pare aqui, procure uma literatura menos traumática, como Revista CARAS, PLACAR, Playboy, Gibi de Mônica e Cebolinha, etc.

 

PÉS

Pés

 

Era noite, era um tempo parado, havia falta de oxigênio

Fumaça no candelabro, uma turva luz mostrava mãos e seios

Alguém gemia baixo, alguém respirava ofegante

Joelhos no chão enquanto puxava cabelos

Alguém era dois, alguém quatro, pés

 

Charles Silva

Escrevendo e Descrevendo

Escrevendo e Descrevendo

 

Escrevo às vezes juras de paixão entre as linhas de um poema

Escrevo coisas grandes, coisas pequenas, coisas simples

Enquanto escrevo, descrevo pequenos amores guardados

Escrevendo linhas e linhas de êxtase, pouca luz, muito suor

Escrever não é o mesmo que transcrever gritos em voz baixa

Descrevendo e apreciando todos os pelos íntimos, onde estão

Escreverei sobre a protuberância dos poros eretos da pele

Escreve-se para alguém ler, entender ou sentir. Não ver

Anatomia Poética - Os Olhos

És impressionante. Tudo o que queres

É descobrir o mundo. E mostrá-lo a mim,

Convencendo-me de belo, do feio, do brilho…

O escuro te irrita, te entristece.

A tristeza te apaga.

 

 

És impressionante. Revelas

O que se passa na alma.

Não sabes trair, mentir, esconder;

Ninguém é mais verdadeiro que tu

Nem mais curioso, descobridor da vida!

Anatomia Poética - A Pele

Dona das sensações, dos sentidos,

Dos afagos, das carícias,

Suavidades e arrepios.

O mapa da vida, minha história

É escrita em ti, tecido incomparável!

 

 

Manto excelente que me cobre;

Me protege, frágil que sou!

E me embeleza. Delicada.

És a parte mais terna de mim,

O véu que esconde minhas cruezas.

Anatomia Poética - Os Pés

Ruma teu rumo em direção ao meu sucesso.

Caminha, trilha a rota do meu destino

Pequeno sustento de minha grandiosidade.

Não vaciles, não adoeças

Para que eu não me curve.

 

 

Tens em tua base o meu resumo completo;

Ninguém melhor que ti sabe minha história.

Tua função é nobre: És o guardião do futuro!

Desbravador, destemido!

Para que eu possa ir sempre mais longe.

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