Ouves o meu uivar de lobos?

Despe as memorias do silêncio,

agita o fogo que  acende os corpos de pele  nua,

aproxima a noite estreita e perde o rumo.

Sou a boca no coração do deserto, onde

por fim faz sol,

eu recomeço em quase ou talvez,

onde o grito do excesso perdura.

Continuas a ouvir o meu uivar de lobos?

Tacteia o espírito maduro,

crê no fermento ofegante deste Amor,

Por muitas mudanças já passei,
tudo altera constantemente,
muitas lágrimas chorei
por amar perdidamente

A vida é uma luta constante,
nem que seja no teu interior,
sou lutadora e mutante,
pois mudo através da dor

Tudo mudou, quando mudaste,
não gosto da tua nova atitude
muitas vezes distante e rude,
porque é que a minha vida reviraste?

Vou ter que mudar mais uma vez,
o meu interior já está diferente,
estou em defesa constante, tu não vês?
Só vais ver quando estiver ausente!

Pedira a Jeová e deu-me üa Arte,
Do qual muitos vêm desacreditar;
Se a mim pertence grandíloco poetar,
Sabe matriz que ergueu meu norte.

Como sabem meus Céus e Marte
Que tudo tem dado com pouco faltar
Ó tu, que ainda dúvidas até no altar
De mim serás crente logo que parte...

Vede nos olhos meus a arte minha;
Que os Céus cravaram no coração,
Meu; e vamos regando dia-à-dia !

Plagiando o verbo d'alma na dedição,
Fui conjugando arte que eu pedia;
Foram meus dias, mas poesia tinha

Na visão de Darwin

A aurora do nosso tempo não está ao nosso favor

A roda da história tende a livrar-se de nós

Eliminar-nos da história é o que a natureza vai fazer

Pois é natural que a natureza evolua e encontre meios

para manter o mundo biológico em constante evolução

Centenas de espécies já evoluíram e desapareceram no tempo

No futuro seremos apenas uma estranha espécie do passado

Charles Silva

O Amor ensina a não morrer.

Amas-me?

Eu amo-te. Não morres nunca.

Foste tu Amor, após a persistente dor, que me amas-te.

Hoje eu não  morro.

Somos as línguas da carícia,

os ramos mais altos de nós,

o fim do Ar,

a chuva dos rios e da colina,

tudo no Amor.

Vem Amor, dorme-me,

a minha casa é tua,

também a pele e as suas páginas,

Ser poeta é ter,
A capacidade de ser poeta.
De resumir sua poesia,
Que se manifesta.
Onde só o poeta pode sintetizar,
A experiência humana.
De aparentar suas palavras,
Que tanto emana.

Ser poeta é ser um trovador,
Que não finge a vida o seu amor.
Ser poeta é ser tão completamente,
Unindo a alma o coração e a mente.
Ser poeta é ser generoso,
Agradecendo ao Deus todo harmonioso.

Não quero mais andar!

Desprezo o beijo dos meus pés

No duro e frio chão.

Não quero ver portas e janelas.

Quero voar!

Quero morar em copas de árvores,

Em altos de morros,

E me cobrir de nuvens.

Quero passar por elas e conversar com o Sol.

Quero estar no céu!

Lá, onde o Sol é mais quente,

Onde o ar é só oxigênio

De onde o verde e o azul têm mais tom

E a terra é um quadro, uma pintura.

Quero rir com os pássaros!

- Sim, eles riem dos homens;

Vou condicionar o seu ar,

Vou represar toda a sua água,

Vou coagular o seu sangue,

Vou castrar você!

Vou fazer de você a minha sombra.

Vou pisar em você

E você vai ser minha pegada,

Meu rastro, minha pista, minha história.

Eu quero o seu desespero,

Eu quero o seu delírio,

Eu quero a sua angústia,

Eu quero a sua ansiedade!

Me veja, me procure,

Me fale, me escute,

Pense em mim,

Lembre-se

De me amar todo dia,

De me querer todo dia,

Cuide que ao sorrir

O teu sorriso seja sempre alegre,

Honesto e franco.

E que faça vir

O Sol ao rosto de quem te observe.

Cuide que ao chorar

Suas lágrimas sejam autênticas

Como gotas de bálsamo precioso

Que as feridas da alma possam curar

E que sobre tua face pareçam esplêndidas.

Cuide que ao elogiar

O teu louvor não pareça vazio

Como o vento;

Mas que possa preencher o ar

Como um beijo quente que espanta o frio.

Cuide que ao beijar