Busto da solidão

À esquadria de qualquer lamento grita cada hora
Mais prenhe mais vegetativa, inquietante e tão apelativa
Um segundo reptiliano ziguezagueia entre palavras adversativas
 
No busto da solidão está solidificado um eco quase pejorativo
Penosa a luz sucumbe entre tantos breus carentes e esquivos

Anjo Caído

Sou um vulto impercebível, e
Pairo nas sombras de outrem.
Sinto-me preso e escondido.
Um demônio bifurcado por existir.
Observo a humanidade e as peripécias.
Meus órgãos são pisoteados por eles,
Justo eles, os vermes de Nietzsche.
Tanta tristeza nas minhas asas,
Tais asas ruflam para baixo.
De Lúcifer a mim, temos a abrupta decadência.
Sou o arcanjo do esgoto, o núcleo
Do obscuro é o meu júbilo afagante.

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