Solidão a dois

Nesta solidão a dois esbraceja o dia prenhe de uivos rudes e insensíveis
Coesos, todos os lamentos vadiam a milímetros da solidão tão horrível
Sem guarida as palavras embebedam-se no mosto dos silêncios indefiníveis
 
Nesta solidão a dois o tempo deixa ruborizados todos os beijos impossíveis
Com destreza afaga as lágrimas caindo qual colírio das horas remíveis
Sibila com a elegância hiperproteica das palavras etéreas e quase inaudível
 
FC

Quem dera se eu fosse uma estrela

Tento controlar a minha raiva,
por vezes consigo despistá-la,
agoniante serão meus dias
se no desespero eu pirar;
se eu perder o controle sobre
mim, nada terei para aguentar.
Medito vendo estrelas do céu,
gostaria de ser uma estrela,
ver a humanidade do alto,
não ter motivações ou raiva,
quero ser apenas um brilho.
Vejo a cólera como um salto,
um pulo tênue entre razão
e emoção, é um espaço tão 

A queremos

Uma vez liberta nada a segura,
enclausurada pela vontade
libertada na volúpia luxúria,
É excitada pelos neófitos,
no fulcro dos seres ela está.
Nos pecados sujos escondemos,
os desejos agora inóspitos.
Os rituais eles a veneram,
e da mulher casta, a desprezam.
Ninguém no fim a ignora,
mas todos, portanto, a querem:
saudosa Liberdade, conhecida
também como a fugitiva
Lilith.    

 

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