DOR NA ALMA

DOR NA ALMA
 
Minha alma grita
A dor que me invade
Agora é tarde
Não há mais como voltar
Meu coração denuncia
Tudo que vivo em escala
Dia sim, outro também
A dor fala alto
Não há como expressar
Deixo então o coração falar
Fala coração
Expressa a emoção
Que a dor na alma

DEMAGOGIA

DEMAGOGIA

Neste mundo de caos, de que vale rezar, pedir, implorar
Se as mentes são duras e os corações empedernidos
Destes líderes sem sentimentos, precoces no enganar.
Tudo promete. Sórdidos, sem ideias mas convencidos.
Promessas, feitas de palavras de fé e esperança
Proferidas num querer que nos toma e arrebata
Amenizam a tempestade, prevalecendo a bonança
Onde vegetando se vive, num sofrimento que se arrasta.

Destino do poeta

DESTINO DO POETA

Um homem saiu de casa
nem sequer olhou p'ra trás...
Bateu-lhe o vento na asa
e voou de encontro à Paz.

Não era um homem vulgar
por ter porte de profeta.
Saiu... Se alguém o encontrar,
pode chamar-lhe: Poeta.

Voou por entre as estrelas
e doces mensagens leu...
Só brotam palavras belas
dessas nascentes do Céu.

Poetas vão traduzindo
o que a natureza diz...
Escrevem dores, sorrindo,
para quem não é feliz.

Amor Naufragado

AMOR NAUFRAGADO

Nunca perto, sempre longe, sem domínio e sem cadência
Navego na noite escura sem estrelas, à luz das velas
Sem rumo nem orientação, sou um náufrago da tua demência
Perdido neste mar de sentimentos, sem portas e sem janelas.

Deste amor navegante que se perdeu no mar e naufragou
Por não encontrar um porto de abrigo, farol ou uma luz acesa
Flutuando há deriva não resistiu a tanto rombo e se afundou
Nos vis baixios do ciúme contra os rochedos da incerteza.

A morte do menino poeta

A MORTE DO MENINO POETA

E tu menino, homem, poeta, de olhos cansados escutando os sons roucos, das palavras sem nexo nesta escrita de loucos, neste poema corrido, onde a perseverança é nublada por pensamentos vestidos de negro decantados na desilusão da espera e trajados em crepúsculos pálidos da incerteza. E as frases dos teus poemas jazem vencidas caídas varridas para esse abismo profundo de solidão. E a sorte, essa, amarga e profana até na morte, cai em mergulho profundo, asfixiando-se por entre ais e lamentos numa mortalha lírica coberta por aromas de cedro e de rosa.

A MORTE DA JARARACA

A JARARACA CORREU,
PRA MINHA BARRACA E ENTROU. 
FIQUEI COM PENA DA COBRA,
QUANDO A MATARAM, COITADA!
TAMBÉM POR QUE A BENDITA, 
FOI SE ESCONDER NA BARRACA?
FOI O QUE PENSEI NO MOMENTO,
EM QUE ASSISTI SUA MORTE.
MAS HOJE LAMENTO TANTO...
A SUA FALTA DE SORTE.
COITADA DA POBREZINHA.
NENHUM MAL QUIS NOS FAZER...
LÁ FOI A SUA MORADA, 
O INVASOR DO LUGAR FUI EU.
MAS O MEDO FOI MAIOR...

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