Largo dali

Passou mais um dia onde até de tempo são feitas as lendas
A mais um padeiro que de manhã faz notáveis merendas
Mais um dia ao lado do nada que fica no largo dali.
 
Nesse nada de largo com casas sem tormentas
O cuco falso do relógio dá na parede umas horas lentas
A mais um relojoeiro que perdeu um parafuso pois vive no largo dali.
 
Passou mais um dia ao lado do nada que fica no largo dali
Já sem espera, sem gosto e desgosto, sem queixume ou ardume

Ando

Ando às voltas com palavras vazias,

Ideias tolas;

Frases sem sentido,

Sem rima, sem ritmo,

Sem estilo…

 

Balas perdidas bangue-bangueando na minha cabeça…

 

Ando tenso, ansioso, inseguro…

Focado num ponto distorcido,

Desfocado…

Esperando respostas sem querer fazer perguntas

Envelhecendo…

 

Fragmentando meu presente para reunir no futuro

 

Ando olhando para o chão e para o céu;

Para o nada!

Não enxergo a minha frente

E o meu caminho tornou-se pedregoso,

EU DE MIM...

Sou arrimo de mim,

Detetive dos meus passos,

Confidente de minhas inconstâncias.

 

Sou namorado da solidão,

Amante da saudade,

Filho do sexo...

 

Sou minha própria religião,

Crítico dos meus ideais,

Político de minhas atitudes...

 

Sou um complexo de paradigmas,

Um enunciado de sintagmas,

Semente do meu juízo...

 

Sou o que sou... Só...

Entre ser e estar... apenas estou!

 

 

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