Ele vai voando
o menino sonhador,
sonha até voar.

Natureza morta
são falecidas pinturas
dos mortos pincéis.

Balancem teus ossos,
e na dancinha da morte,
baila-vos o fim.

o amor transborda

como o overflow

no topo da torre

que destila

meus sentimentos

mais puros

e das frações obtidas

delego a porção

mais nobre

para lhe ofertar

-é só vir buscar...

onde se encontram os heróis que modelaram a solidariedade e a fascinação? e que transverteram em jardins diáfanos a solicitude e o talento humano?

Quero ser o poeta forte
da contracapa mais bela,
ser o verso que contorce
a pureza mais singela.

Ser a lágrima que desce
em um grito de agonia,
uma dor vinda da peste,
maltratando quem me lia.

Um retrato sem o lucro,
poesia sem o agrado,
laranjeira sem o fruto,
e meu pensar malogrado.

redijo páginas de desafogo contra as vaias da turbamulta e os seus arremedos espirituais; contra as manobras buliçosas daqueles que contemporizam com a malignidade abrangente; contra os artifícios do ego e as descabidas convenções.

releio os dias

como a uma novela:

segredos do sótão

que só se comprazem

em subterrâneos

releio os dias

nos poros expostos

de minha história

que só incorporo

após a autocrítica

releio os dias

em outros olhos

com uma exortação

que faculta a visão

de outros olhares

Não é a solidão que assusta e sim a frieza de certas pessoas, que mesmo sabendo, optam apenas por buscar seus próprios interesses, pouco ou nada se importando, com a dor que podem causar...