Larva ou borboleta

Trilhamos sempre um caminho
Destinado ao belo ou ao feio
No trilho exaspero das flores
Ou então na ventania de verão

Larva ou borboleta do jardim
És dono da metamorfose
Mas ao trair a coragem,
Regressarás ao lado estupefato

Rastejarás nas entranhas do tempo
Ou baterás o voo eterno
Para uma manhã de garoa inefável?
Não se enclausure no casulo 

EU: PRÓ-ETA

meu Senhor me assegurou

que

para onde forem-se as estações

(onde quer que eu esteja

seja deserto sórdido, seja realeza

seja damasco seja cereja)

que eu não me leve pela correnteza

nem ande cabisbaixo ou cultive asperezas

que sejam meus serenos ou sonoros

que eu não me distancie

da idade da razão

avassaladora como um cometa

ou a sua expectativa

-irrevogável vaticínio de poeta

 

 

 

 

 

 

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